Ponta Grossa – Na segunda safra com o plantio de soja transgênica legalmente liberado, o produtor paranaense ainda manteve cautela em relação a essa tecnologia, principalmente nas regiões do estado onde o uso de tecnologia é mais intenso. As estimativas apontam que as variedades geneticamente modificadas ocuparam entre 20% e 30% da área cultivada no Paraná.

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Os produtores consideram a soja transgênica menos resistente à seca e menos produtiva que a convencional. Divânia de Lima, pesquisadora de sementes da Embrapa Soja, diz que as variedades geneticamente modificadas apresentam produtividade entre 2% e 5% inferior à convencional. Ela recomenda a soja transgênica para áreas com alta infestação de ervas daninhas. As variedades liberadas no país são resistentes ao herbicida glifosato, que mata todo tipo de planta, exceto a soja. Em média, são necessárias duas aplicações do herbicida. Em áreas com muitas invasoras e soja convencional, o agricultor precisa fazer até quatro aplicações.

Com isso, a principal vantagem da soja transgênica é a redução do custo de produção em até 10%. Além da produtividade menor, a desvantagem é a necessidade de pagamento de royalties à Monsanto (R$ 0,88 por quilo de semente, na safra atual) e a dificuldade no escoamento da produção, já que o governo paranaense proíbe a exportação do produto pelo Porto de Paranaguá.

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"Transgênico não é uma solução, apenas mais uma ferramenta. O mercado é quem vai regular, e não um decreto", afirma o produtor Richard Franke Dijkstra, numa crítica indireta ao governo estadual, que tem feito campanha contra os produtos geneticamente modificados. Ele cultiva 1,8 mil hectares, nos municípios de Ponta Grossa e Carambeí (Campos Gerais). Só plantou soja transgênica em 10 hectares, numa área arrendada e infestada de mato.

Dijkstra lucra com a soja convencional. Ele é associado da cooperativa Batavo, que exporta o produto rastreado e certificado para a União Européia. Os produtores recebem um prêmio entre 2% e 5% para atender esse mercado. "É mais que a redução de custo que eu teria se optasse pela soja transgênica." (VD)