As previsões climáticas para a safrinha indicam que, a partir de agora, o clima não será tão favorável como foi no verão. E Mato Grosso corre o risco de perder a vantagem de 123 mil toneladas sobre o Paraná que alcançou nas estatísticas oficiais do último mês.

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As chuvas da última semana chegaram em boa hora no Paraná, mas não devem beneficiar Mato Grosso, avalia o meteorologista Renato Lazinski, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). "Elas foram embora duas semanas mais cedo que de costume" nos campos matogrossenses, observa.

Mais da metade das lavouras de milho de Mato Grosso estão em florescimento e frutificação, fases em que dependem bastante de chuva. No Paraná, 40% ainda estão em desenvolvimento vegetativo. O quadro também está indefinido, mas há previsão de mais chuvas até a maturação. Produtores dos dois estados sabem que a 2ª safra é de risco em qualquer lugar.

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A partir de agora, vai chover "menos" no Paraná e "muito pouco" em Mato Grosso, afirma La­­zinski. Ele explica que o fenômeno El Niño começa a dar lugar à entrada do La Niña, com o resfriamento das águas do Oceano Pacífico – o que deve determinar o clima por mais de um ano na América do Sul. "Os produtores do Centro-Oeste podem enfrentar em breve períodos de 20 dias secos. Mais que isso o milho não aguenta."

A safrinha é mais importante para o número final da produção de grãos em Mato Grosso do que no Paraná. Sem opção de peso no inverno, o estado aposta no cereal, com previsão de colher perto de 9 milhões de toneladas – 33% mais que os agricultores paranaenses produzem no verão, época mais favorável à cultura.