Com a safra de grãos implementada e mais de 90% das lavouras em boas condições, os produtores paranaenses começam 2010 mais aliviados. Se o clima continuar ajudando, podem colher neste ano a maior safra de soja da história. A produção de milho não bate recorde, mas também tem um gosto especial, de retomada. O potencial é para 20 milhões de toneladas de grãos de verão, 13,1 milhões de soja e 6,95 milhões de toneladas de milho, conforme avaliação da Expedição Safra RPC. No ciclo passado, prejudicada pelo clima seco, a produção das duas culturas no verão não chegou a 15 milhões de toneladas.Desde novembro o clima está como a lavoura gosta. Estamos caminhando para uma safra recorde de soja", diz Margorete Demarchi, agrônoma do Departamento de Economia Rural (Deral) da Seab.

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"Em termos de mercado, 2010 será um ano parecido com 2009. Mas a produção será maior. As perspectivas para a safra de verão são otimistas. O clima está muito bom. Se continuar assim, ao final da temporada 2009/10, o Paraná pode alcançar 32 milhões de toneladas, contra 26 milhões no ano anterior", estima Flávio Turra, gerente técnico e econômico da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar). Além de soja e milho de verão, a projeção de Turra considera as demais 19 culturas analisadas pela Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (Seab) e prevê queda no plantio de trigo e aumento da área de milho safrinha.

"Com produção crescente, o vilão da rentabilidade agrícola em 2010 será o câmbio. "O produtor comprou insumos com o dólar a R$ 2,10 e a safra será vendida com câmbio de R$ 1,70. É um diferencial que reduz a margem de lucro do produtor", compara Gilda M. Bozza, economista da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep). Na época do plantio, o bushel (27,6 quilos) da soja oscilava entre US$ 11 e US$ 12 na Bolsa de Chicago (CBOT), o equivalente a mais de R$ 53 a saca de 60 quilos, considerando o câmbio da época e sem descontar prêmio de exportação ou outros deságios. Hoje, na mesma conta (câmbio e CBOT atuais, sem descontos), a saca vale menos de R$ 39. "Mesmo que o preço não seja tão bom, em anos de boa safra como este o produtor ganha na escala, em produtividade", observa Turra. "O preço da soja está mais baixo que na safra passada, mas ainda remunerador. Já o milho não está tão bom, e o governo vai precisar garantir o preço mínimo. O trigo, com área menor, boa produtividade e preço mínimo, deve ter rentabilidade positiva neste ano", afirma.

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