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Foz do Iguaçu e Curitiba - Com orçamento inicial de R$ 300 mil, um convênio firmado entre a usina Itaipu e o setor agrícola abre caminho para a certificação de áreas que adotam o plantio direto na palha (PDP) – e, assim, geram crédito de carbono. En­­quanto uma equipe técnica coordenada pela Federação Brasileira de PDP se encarrega de orientar agricultores e profissionais da região do Lago de Itaipu a aperfeiçoarem o PDP, líderes do setor participam de discussões políticas para que a retenção de gases do efeito estufa sob a palhada seja reconhecida internacionalmente como ação favorável ao equilíbrio climático.

"Assim como tem certificação orgânica, vai ter a certificação do plantio direto", explica o diretor de Coordenação e Meio Ambiente de Itaipu, Nelton Friedrich. Para um estado agroindustrial como o Paraná, a prática representa redução de custos e ganho de produtividade, defende. A ideia é conseguir, no longo prazo, remuneração pela geração de crédito de carbono.

O programa vai funcionar, num primeiro momento, como um estímulo à adoção do plantio direto "com qualidade", frisa o assessor técnico da Federação Brasileira de PDP, Bady Cury. "A certificação será o segundo passo." Ele antecipa que os produtores e técnicos dos municípios do Oeste serão aconselhados a adotar práticas como a rotação de culturas e o uso de adubação verde. A própria Federação poderá atuar como certificadora, observa Cury.

O convênio foi confirmado no simpósio internacional sobre plan­­­­tio direto realizado semana passada em Foz do Iguaçu. A Fede­­ração de PDP vai instalar um escritório dentro do Parque Tecnológico de Itaipu, que tem 50 mil metros de área construída, re­­lata o agrônomo Ivo Mello. Ex-pre­si­­­dente da Federação, ele vai coordenar o programa. Outro agrônomo deve se dedicar à expansão do PDP na região Oeste com uma equi­­pe de técnicos e estudantes.

O simpósio realizado em Foz emitiu documento de apelo aos governos de Brasil e Para­guai para que defendam o PDP como forma de retenção de crédito de carbono. A Federação de PDP monitora estudos sobre a contribuição do sistema por hectare. "As inúmeros pesquisas em andamento indicam que a contribuição para o ambiente alcançada no Brasil é equivalente à observada em países como Canadá e Estados Unidos", sustenta Mello.

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