As restrições às exportações, adotadas pela Argentina ora para garantir o abastecimento interno ora para favorecer a indústria local e gerar mais impostos, desta vez beneficia o Brasil. Se no trigo a medida provoca escassez no mercado brasileiro — encarecendo artificialmente o produto e causando solavancos na cadeia produtiva —, na carne o reflexo é oposto: o Brasil tem a chance de abrir ou ampliar mercados no exterior.

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Os representantes da pecuária da Argentina emitiram nota ontem denunciando que Buenos Aires restringiu as exportações de carne bovina, em um novo capítulo na luta de anos entre a o setor e a presidente Cristina Kirchner. O país é um forte exportador do produto. O governo ainda não explicou a restrição.

“A Confederação Rural Argentina (CRA) rejeita a medida do governo nacional para interromper as exportações de carne bovina, sendo mais uma medida estranha, errada e negativa para todo o setor agrícola”, disse nota da entidade. O governo argentino estaria interessado em baixar a inflação, que passa de 30% ao ano.

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Fatia

202 mil toneladas de carne bovina foram exportadas pela Argentina em 2013. Até 2005 não havia restrições, e o embarque anual chegou a 770 mil t. O Brasil exportou 1,5 milhão de t do produto no ano passado, mas busca novos mercados.

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