Crédito e preço em baixa

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Na semana passada comentamos os efeitos da crise financeira internacional sobre o agronegócio. Relembrando, os efeitos são a redução do crescimento do PIB e do comércio mundial e brasileiro em 2009, devido ao crédito mais curto, caro e seletivo; a queda dos preços internacionais das commodities; o aumento da taxa de câmbio para o patamar entre R$ 2,1 a R$ 2,4 que compensa, em parte, a queda dos preços internacionais; a redução do ritmo de crescimento do volume e da receita das exportações; e a estabilização da área plantada de grãos na safra de verão em andamento.

O clima favoreceu as operações de preparo do solo e plantio, que ocorreu em 85% da área da soja, estimada em 4 a 4,02 milhões de hectares, e em 95% da área de milho, projetada em 1,32 milhão de hectares. A conclusão do plantio será na primeira quinzena de dezembro. A Expedição Safra da RPC constatou que 60% da área de soja e 4% da área de milho receberam sementes transgênicas.

Milho - Os produtores comercializaram 65% da segunda safra a preços médios decrescentes desde julho, devido a produção brasileira (58,6 milhões de t) superior ao consumo interno (44,5 milhões de t) e ao fraco desempenho das exportações brasileiras (5,2 milhões de t) neste ano. Em agosto receberam R$ 18,44 a saca, em setembro R$ 17,72, em outubro R$ 17,30 e R$ 15,80 atualmente.

O bom andamento da colheita da safra americana e a crise financeira provocam elevada volatilidade e tendência de baixa das cotações na Bolsa de Chicago (CBOT), variando, para novembro/08 a maio/09, entre US$ 3,4 a US$ 4,1/bushel ou R$ 19,0 a R$ 20,5 a saca (US$ 8,2 a US$ 8,5) no transferido em Paranaguá.

Soja - Os produtores comercializaram 95% da produção 07/08. Em agosto, setembro e outubro, a média dos preços recebidos foi R$ 40,26, R$ 41,25 e R$ 40.47 a saca, respectivamente. Atualmente oscila entre R$ 41 a 42,5 a saca. A comercialização antecipada da safra 2008/09 atinge apenas 15% a 20%.

A normalidade da safra americana e a crise financeira provocam movimento de baixa na CBOT, com oscilações, entre US$ 8,5/bushel a US$ 9,4/bushel. Isto corresponde a R$ 46,5 a R$ 49,5 CIF Paranaguá e R$ 44 a R$ 48,5 a saca no mercado de lotes no interior.

Trigo - A colheita ocorreu em 95% da área, com expectativa de produção de 2,99 milhões de t. O aumento da produção mundial e brasileira reduz os preços médios recebidos desde abril. Ficaram abaixo do mínimo a partir de agosto, apesar da intervenção do governo no mercado via AGF e Contratos de Opção de Venda. Os produtores receberam R$ 29,32 em agosto, R$ 27,46 em setembro e R$ 26,29 em outubro e R$ 25,5 a 26,2 a saca atualmente.