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O Show Rural Coopavel, evento de tecnologia e negócios do setor agrícola referência no país, começou ontem com a missão de ser o "termômetro" que vai definir os rumos da agricultura nacional este ano. Pelo menos é essa a expectativa das empresas que participam do evento. "É a primeira feira do ano, o pontapé inicial. Vai ser um termômetro para a economia", avalia o gerente de Agronegócios do Banco do Brasil, César de Col.

A expectativa em relação ao evento tem uma explicação: a crise financeira mundial. "Por influência externa, desde setembro do ano passado, as projeções para o setor, que eram boas, mudaram. Acreditamos que o Show Rural vai marcar a retomada dos negócios", explica o diretor comercial da New Holland, Luiz Feijó.

No centro das atenções do mercado agropecuário estão os agricultores. Do comportamento deles no Show Rural vai depender muitas das decisões que serão tomadas pelas empresas. "Nossa expectativa é saber como o agricultor vai reagir", diz de Col. "Esperamos que eles se desvinculem das informações negativas sobre a crise", acrescenta Feijó.

O Banco do Brasil, agente financeiro que concentra mais da metade do crédito oficial ao setor, deslocou 40 funcionários para trabalhar na agência montada no Show Rural. Em 2007, durante o evento, o banco recebeu cerca de 2 mil propostas de financiamentos, que resultaram num volume de R$ 50 milhões em crédito para a compra de máquinas e equipamentos.

"O início do ano passado foi um momento excepcional para a agricultura, tudo era favorável. Para este ano não estamos projetando crescimento. Queremos igualar os números, o que seria excelente", revela o gerente do BB.

A New Holland, que fechou 2008 como líder na venda de colheitadeiras, com 35% do mercado nacional, não revela o volume de negócios projetados para o evento deste ano. Segundo Feijó, a empresa oferece máquinas de última geração, com preços que variam de R$ 650 mil, como as colheitadeiras, a R$ 44 mil, valor do trator mais barato. "No ano passado faltou produto. Vamos ver como vai ser este ano. Estamos preparados para atender os agricultores, nossos clientes. Os preços estão iguais aos do ano passado. Estamos aqui para fechar negócios", anima-se.

Tecnologia

O coordenador do Show Rural, Rogério Rizzardi, diz que está otimista em relação aos negócios que serão realizados no evento. "Crédito não vai faltar, por isso essa é a chance do produtor fazer bons negócios". Rizzardi explica que o foco da Coopavel não são os negócios, por isso não fala em volume de recursos comercializados durante o evento. "Nosso foco é a tecnologia."

Estão participando do Show Rural 325 empresas ligadas ao agronegócio, desde multinacionais até centros de pesquisa como Embrapa e Coodetec. Serão 4.820 experimentos apresentados aos agricultores. Entre as novidades, segundo Rizzardi, estão novas variedade de sementes de soja e milho, mais resistentes à seca e com maior potencial produtivo. "Nossa projeção é que em dez anos, graças à biotecnologia, nossa média de produtividade de soja salte de 50 para 90 sacas por hectare." Outro destaque do evento deverão ser os experimentos com agroenergia, como o biogás, energia eólica e biocombustíveis.

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