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O que fez a diferença nas regiões menos prejudicadas pela estiagem não foram só as chuvas isoladas que caíram em parte das lavouras. Sistemas de produção tecnologicamente mais desenvolvidos e o manejo rigoroso garantem melhores resultados aos produtores.

Um caso emblemático vem de Cafeara (Norte). Especialista em integração lavoura-pecuária, o agrônomo Paulo Roberto de Guerra Carvalho tem uma das lavouras mais vigorosas do estado – isso numa região de solo arenoso, que teoricamente segura menos a umidade. Ele deve alcançar 3 mil quilos de soja por hectare. Se o clima fosse perfeito, poderia ultrapassar essa marca, admite, mas avalia que a produtividade será boa.

O vigor das plantas é garantido pela fertilidade do solo após 30 meses de cultivo de pastagens. "No primeiro ano depois do pasto, a soja rende mais", sustenta. Ganho extra vem da criação de 700 cabeças de gado. Os animais chegam a 460 quilos em dois anos sem ração, relata. Sua área virou atração internacional, com visitas técnicas de produtores canadenses, franceses e venezuelanos.

O número de plantas por hectare e o espaçamento entre as linhas são informações técnicas básicas e necessárias no cultivo do milho. Agora, saber o número de grãos por espiga, como forma de calcular a produtividade e o rendimento do cereal, isso não é qualquer um que faz, ou melhor, quase ninguém faz. Em Ipiranga, nos Campos Gerais, a Expedição Safra encontrou um produtor que se preocupa com tudo isso. Em uma área de 1 mil hectares, João Conrado Schmidt consegue fazer 2,17 safras/área/ano – são 180 dias plantando e outros 180 dias colhendo – de milho, soja, trigo, triticale e feijão, produção usada como grão, semente ou então para silagem.

O resultado de tamanha precisão e planejamento fica ainda mais evidente em tempos de adversidades climáticas, como ocorre nesta safra no Paraná. Do estrago no milho, uma cultura mais sensível à falta de água, ele não escapou. Mas na soja, Schmidt pretende manter sua média, com grande possibilidade de superar o obtido na safra anterior. O produtor conta que não fez nenhuma mágica, até porque em um pequeno talhão, plantado mais cedo, ele também sente o reflexo da estiagem. O escalonamento do plantio e o uso de sementes de diferentes ciclos, no entanto, garantem produção suficiente para que a média não seja rebaixada.

Outra estratégia que faz a diferença em suas propriedades é a diversificação. No ano passado, 23,18% da renda vieram dos suínos, 22,3% do milho, 22,2% da cevada, 17,3% da soja, 10,64% do feijão e 3,93% divididos entre aveia, centeio e bovinos. (GF e JR)

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