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Às vésperas do início do plantio da próxima safra de soja no Brasil, os produtores devem estar se perguntando qual o cenário para a evolução das cotações. Apesar da esperada redução na área plantada, a oleaginosa continuará sendo um dos principais produtos da agricultura brasileira, o que, por si só, demanda uma análise do que pode acontecer com os preços.

Apesar de ninguém ter bola de cristal, o desempenho do mercado no último ano permite vislumbrar uma outra temporada de cotações modestas para a soja. A principal explicação para esse exercício de futurologia está nos grandes volumes de estoques nos EUA e no mundo, combinação que costuma pressionar os preços da oleaginosa.

Atualmente, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) estima uma relação estoque/consumo de 15% para a temporada norte-americana 2006/07, porcentual que, apesar de alto, até seria bom, se não fosse o fato de o órgão estar subestimando a produção de soja nos EUA. Conforme o comentário da última coluna, a atual projeção de safra do USDA tem como base as lavouras prejudicadas pelo mês de julho seco, que já ficou para trás com as chuvas de agosto no Meio-Oeste norte-americano.

Isso quer dizer que, nos próximos relatórios de oferta e demanda mundial, o USDA deve promover reajustes para cima, o que, aliás, não seria novidade. Nos dois últimos anos, o USDA subestimou a produção em julho e agosto para ir aumentando nos meses seguintes. Esses incrementos vieram em doses homeopáticas e se refletiram nos seguidos aumentos das estimativas da relação estoques/consumo. Na contramão da produção e dos estoques em alta, os preços caíram.

No ano passado, o roteiro das estimativas do USDA e das cotações em Chicago foi exatamente esse. A tabela abaixo mostra os seguidos aumentos na relação estoque/consumo acompanhados pelas quedas nos preços do contrato maio/06. O movimento só foi quebrado em dezembro e janeiro por causa da seca no Brasil, que ajudou a elevar as cotações. Como nesse ano o USDA deve repetir a história, a AgRural estima o crescimento da relação estoque/consumo na safra 06/07 dos EUA para algo entre 18% e 20%, com as cotações do maio/07 variando de US$ 5,30 a US$ 6,30 por bushel.

fmuraro@agrural.com.br

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