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Com estrutura industrial invejável, a Argentina consegue evitar nesta safra que o impacto do La Niña chegue, na geração de renda, à mesma proporção da quebra verificada nas lavouras atingidas pela seca. Enquanto o Brasil amplia a exportação do grão, o país vizinho consegue, mesmo com colheita em baixa, elevar as vendas de óleo e farelo. A estratégia faz a diferença num ano de produção apertada.

A Expedição Safra Gazeta do Povo percorreu o país na última semana e relata, nesta edição do Caminhos do Campo, casos de produtores que enfrentam quebra de até 50% em talhões de soja. As perdas são maiores que as do ano passado, mas devem ficar abaixo do que se previa no auge da seca, 40 dias atrás. A frustração tende a ser de 15,7%, conforme a Expedição.

Técnicos e jornalistas mostram ainda que o país vizinho tem capacidade instalada para industrializar toda a produção de 44,7 milhões de toneladas de soja com folga. Mas o diferencial não está na existência de esmagadoras por si só. O Brasil também vem ampliando sua estrutura e opera com ociosidade de mais de 20%. Enquanto os argentinos podem processar mais de 180 mil toneladas de soja por dia, os brasileiros poderiam chegar a 175 mil toneladas, esmagando 80% da colheita.

A safra do Brasil é pelo menos 50% maior que a do país vizinho e, por aqui, toma-se como o norte o mercado internacional. Ou seja, se a margem de lucro dos grãos é mais atraente do que a do farelo e do óleo, opta-se por embarcar a produção in natura.

Na Argentina, o setor precisa considerar ainda o peso das tarifas de exportação, que incentivam a venda de industrializados. Criticado pelos próprios produtores, o mecanismo é um peso para a cadeia da soja, mas estimula a geração de renda interna. Um diferencial que merece atenção. Boa leitura!

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