• Carregando...

O mercado paranaense de orgânicos foi sistematizado em um estudo do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) e do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) que deve ser publicado durante o mês de maio. A pesquisa, financiada através da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), delineou o setor a partir de dados que vêm sendo divulgados separadamente por organizações públicas e privadas.

O Ipardes confirma a tendência de crescimento dos orgânicos e indica cinco tipos de mercado – todos ainda em fase de estruturação e à espera de investimentos. O mais tradicional é o mercado das feiras, com venda direta. Paralelamente, consolida-se a venda no varejo, em lojas e supermercados. O mercado da transformação consegue renda agregando valor aos alimentos em produtos como compotas. Com características próprias, a linha da exportação é a que exige maior controle da produção, pelas exigências externas. O quinto mercado identificado é o institucional, que fornece alimentos a órgãos públicos como escolas e presídios.

Segundo o Ipardes, só Curitiba tem feiras públicas exclusivas de orgânicos. Nas demais cidades, os alimentos são vendidos em feiras tradicionais. Mesmo assim, a venda direta ainda é o principal mercado, diz a pesquisadora Marina Mori. A tendência seria de fortalecimento desse mercado, pela possibilidade de o produtor conquistar a confiança do cliente que ainda desconfia dos certificados de origem.

A tendência é de que os pequenos produtores continuem sendo as principais fontes de alimentos orgânicos, mesmo para o varejo. "Como no Paraná a idéia é incentivar a agricultura familiar, esse setor deve se fortalecer", afirma a diretora de pesquisa do Ipardes, Lúcia Urban. Ela pondera que isso não impede que grandes áreas sejam cultivadas sem agrotóxicos, uma vez que a demanda interna e externa promete absorver toda a produção.

Regras

A padronização e a certificação dos alimentos orgânicos são medidas indispensáveis para o desenvolvimento do setor, aponta o estudo. O pesquisadores constataram que existem poucos embalados a preços razoáveis. "O consumo é crescente, não só in natura", observa o pesquisador Ivo Melão.

Apesar das diversas pesquisas que traçam o perfil do consumidor, o Ipardes considera que o público dos orgânicos ainda não está definido. O argumento é de que, como o setor produtivo ainda não se estruturou nem consolidou canais de distribuição, não há como delimitar o universo de pessoas interessadas em alimentos cultivados sem uso de sintéticos.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]