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Às vésperas do início do plantio da safra 2010/11, o agricultor brasileiro tem muita opção de escolha no mercado de sementes de milho. Entre cultivares transgênicas e convencionais, são mais de 400 alternativas. "A disponibilidade de semente é suficiente tanto para a demanda GM como para a convencional. Pode faltar um híbrido ou outro, mas com possibilidade de substituição", garante o secretário-executivo da Associação Paulista de Produtores de Se­­men­tes (APPS), Cássio Camargo.

Sem citar números, ele calcula que cerca de 70% das lavouras de milho serão transgênicas, na terceira safra a contar com essa opção – índice igual ao verificado para a soja, que se expande desde 2005. O levantamento oficial, realizado anualmente pela associação com base na comercialização de sementes, ainda está sendo finalizado.

Projeção do grupo Kleffmann, multinacional alemã especializada na gestão de informações, aponta para um porcentual menor, de 45%. O avanço, contudo, é acelerado. O índice apurado pela consultoria, que era de 5% no ciclo 2008/09, saltou a 35% no verão passado e agora deve crescer mais 10 pontos. "Em áreas tecnificadas a adoção é bem maior", afirma o presidente da Kleffmann no Brasil, Lars Schobinger.

O ritmo de expansão das lavouras, que acompanha o compasso acelerado da pesquisa em biotecnologia, indica que a cobertura do milho GM pode superar a da soja transgênica nos próximos anos, avaliam os técnicos.

O número de aprovações aumentou consideravelmente nos últimos anos. Em dez anos, entre 1998 e 2008, dez eventos de soja, algodão e milho foram liberados pela CTNBio. Nos dois anos seguintes (2009 e 2010), outras 11 sementes transgênicas foram liberadas pela comissão.

Na safra 2010/11, duas novas variedades chegam ao mercado. No total, seis eventos GM estão disponíveis ao produtor. Três deles oferecem resistência a insetos da ordem Lepidópera, um é tolerante ao herbicida glifosato e dois combinam resistência a insetos e tolerância ao glufosinato de amônio.

O destaque é a estreia da segunda geração de milho transgênico. A tecnologia Bt 2, mais abrangente que o primeiro Bt da Monsanto (veja quadro), promete rentabilidade 7% maior em relação à primeira geração e vantagem de 10% sobre o milho convencional.

"Essa nova tecnologia tem inserida em seu código genético dois genes do Bacillus thuringiensis (Bt) que codificam duas proteínas de ação inseticida e com isso protege a cultura do milho de danos causados pelos insetos, com controle superior da lagarta do cartucho, broca do colmo e lagarta da espiga", explica o gerente de Negócios da Monsanto no Paraná, Laércio Bortolini. Aprovado pela Co­­missão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) em outubro do ano passado, o milho Yieldgard VT Pro terá cinco híbridos disponíveis para plantio comercial neste ano. A Syngenta, que teve a tecnologia Bt 2 regulamentada um mês depois, oferece pela primeira vez nesta temporada o milho Agrisure Viptera.

Das cinco variedades aprovadas pela CTNBio, órgão que regula o cultivo e a comercialização de produtos GM no Brasil, durante a última temporada, apenas essas duas estão sendo comercializadas. Depois de liberadas pela comissão, as sementes transgênicas têm que passar por aprovação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abas­tecimento (Mapa) antes serem mul­­tiplicadas, processo pode demorar até dois anos.

Dos onze eventos de milho transgênico aprovados pela comissão nos últimos quatro anos, seis estão no mercado nesta temporada. Além das duas novidades (os Bt 2), outras quatro variedades estão disponíveis, o RR e o Yieldgard (Bt de primeira geração), ambos da Monsanto; o Bt11, da Syngenta, e o Herculex, da Dow/Pionner, resistente a insetos e tolerante ao glufosinato de amônio.

Além do milho, estão liberados também para plantio e comercialização no Brasil seis eventos de algodão geneticamente modificados e quatro de soja. No mercado, há disponível duas e uma variedade, respectivamente (veja quadro).

O algodão Bollgard I (Bt), da Monsanto, foi aprovado pela CTNBio em março de 2005 e é cultivado desde a safra 2006/07. O Liberty Link, da Bayer, foi liberado em setembro de 2008 e estreou nos campos brasileiros no ciclo passado. Aprovadas, mas ainda indisponíveis, estão as sementes tolerantes ao glifosato, as da se­­gunda geração de Bt e as que combinam as duas tecnologias.

No caso da soja, a RR, da Mon­santo, liberada pela comissão em setembro de 1998 e plantada em escala comercial desde a safra 2005/06, é a única semente GM à disposição do produtor. Outros dois eventos, ambos da Bayer, um com tolerância ao glufosinato de amônio e outro tolerante a herbicidas do grupo das imidazolinonas, desenvolvido em uma parceria entre Basf e Embrapa, foram aprovados mas ainda não chegaram ao mercado.

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