| Foto: Antônio More/Gazeta do Povo

O preço do feijão, que já virou alvo de piadas na internet, está mudando o cardápio de muitos brasileiros. Vilão da inflação, o feijão carioca já acumula alta de 89% entre janeiro e junho, de acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). E não há perspectiva de melhora no curto prazo.

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De acordo com o presidente do Instituto Brasileiro do Feijão (Ibrafe), Marcelo Eduardo Lüders, que nesta semana está em Foz do Iguaçu, no Oeste do estado, para o 2º Fórum Nacional do Feijão, a terceira safra da leguminosa, plantada e colhida entre julho, agosto e setembro, principalmente nas regiões Sudeste e Centro-Oeste do país, terá uma produtividade menor e não vai resolver o problema de desabastecimento do grão. “A gente só vai ter feijão suficiente em janeiro e fevereiro de 2017, para trazer os preços aos patamares normais. Até lá, eles vão continuar custando caro, algumas vezes menos, outras mais, mas caros”, afirma.

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No último relatório da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), o órgão do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento reduziu a estimativa de área de 665,9 mil hectares para 577,5 mil h. A produção estimada caiu 22,7% entre os relatórios, para 674,9 mil toneladas. Se confirmada, a quebra em relação à terceira safra do ciclo 2014/15 será de 20,6%, maior que as reduções da primeira safra (8,9%) e também da segunda (19,3%).

Segundo Lüders, o objetivo do Fórum é avançar nas discussões que envolvem toda a cadeia produtiva do feijão como produtores, sementeiros, pesquisadores, empacotadores e indústria. “O preço alto, assim como o preço baixo no ano passado, vai pautar as discussões. O que nós queremos? Preço justo ao consumidor e ao produtor”, explica.

Para o presidente da Ibrafe, o caminho para redução de preços é a diversificação de variedades. “Quem está sofrendo hoje? É aquele consumidor que só compra feijão carioca. O feijão preto a gente busca na China, na Argentina, nos Estados Unidos. O vermelho, o branco e o rajado também. E o consumidor só encontra o carioca nas prateleiras. Como a gente pode trazer a atenção da população para isso? Plantando. Aqui no evento teremos lançamento de sementes de variedade que servem tanto para o consumo interno quanto para exportação”, conta.

O 2º Fórum Nacional do Feijão, que começou nesta quarta-feira (13), em Foz do Iguaçu, terá a participação de mais de 15 painéis, debates, lançamentos e palestras sobre a leguminosa.