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Com o fim da greve dos caminhoneiros, decidido após a reunião de autoridades e representantes da categoria na terça-feira, o setor agropecuário começa a reorganizar as atividades que foram afetadas pela paralisação. Mas mesmo com o fim dos bloqueios, o mercado já projeta a possibilidade de encarecimento nos custos do frete, em decorrência das mudanças promovidas pela lei 12.619/2012, em vigor desde junho. Os novos valores ainda não foram definidos, pois a maioria dos agentes ainda está aguardando o final das negociações entre o governo e os representantes dos caminhoneiros, que também podem influenciar o setor. Estima-se, no entanto, que o aumento nos preços do transporte seja de até 30%, dependendo do tipo de operação.

A Cooperativa Agro­pecuária Sudoeste (Coasul), com sede em São João, no Sudoeste do estado, está localizada em um dos pontos onde a greve foi mais intensa. Segundo Celso Sganzerla, gerente de transportes da cooperativa, a movimentação de cargas foi comprometida nas principais unidades, como Coronel Vivida, Dois Vizinhos e Francisco Beltrão. "Tivemos de diminuir as saídas e alterar algumas rotas, atuando inclusive durante a noite", relata. Ele acrescenta que ainda não foi possível estimar os prejuízos da paralisação.

No caso da Cooperativa Agroindustrial Consolata (Copacol), de Cafelândia, na Região Oeste, o gerente de logística Augustinho Exteckoetter relatou que um dos impactos foi sobre o retorno dos caminhões, após descarregar as cargas. "O produto perecível teve passagem liberada para ir, mas não tinha permissão para voltar", explica.

A União Brasileira de Avicultura (Ubabef) também manifestou preocupação sobre os possíveis efeitos para o setor, segundo relata Francisco Turra, presidente executivo da instituição. "Além de arranhar a imagem do setor, isso gerou prejuízos. Ocorreram problemas como unidades paradas, navios esperando para carregar e falta de insumos". Ele diz que os piores efeitos foram na região Sul.

Mesmo com os efeitos negativos, Dilvo Grolli, presidente da Coopavel, de Cascavel, minimizou as perdas causadas pela greve. "O setor dos caminhoneiros acabou favorecido e o impacto foi insignificante perto dos prejuízos que a nova lei vai trazer", salienta.

Preço sobe

"Nossos associados calcularam que o acréscimo deve ser de 25% a 30%", comenta Turra. O índice é o mesmo considerado por Grolli, da Coopavel, que critica determinados pontos da nova norma, como os intervalos durante a jornada e o trabalho nos fins de semana. "A lei é inviável na prática, porque as bases setoriais não foram consultadas. Provavelmente isso deve gerar encarecimento e inflação para os consumidores", pontua.

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