Navios carregados de carne congelada deixam Itajaí e Paranaguá (foto) com destino ao Oriente Médio, à Ásia e à África. Mercado do alimento ainda está em formação| Foto: Foto: Giuliano Gomes
Frigoríficos se especializaram em cortes para exportação e atuam com linhas de abate exclusivas para o Oriente Médio
Contêineres atravessam o Atlântico rumo a mais de 100 países
Navios carregados de carne congelada deixam Itajaí e Paranaguá (foto) com destino ao Oriente Médio, à Ásia e à África. Mercado do alimento ainda está em formação

O frango está alcançando o suíno e deve se tornar a carne mais consumida do mundo em uma década com participação decisiva do Paraná e de Santa Catarina. Responsável por metade das exportações brasileiras de 3,7 milhões de toneladas, a região amplia a criação de aves e a estrutura de transporte e embarque para se beneficiar desse fenômeno global, ligado ao consumo maior de proteína.

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A modernização dos viveiros, a formação de novas redes de produção, a ampliação da indústria e os investimentos em ferrovias e portos desenham um plano estratégico que promete fortalecer a economia da região. Numa incursão pela cadeia do frango, a Expedição Avicultura 2014 conferiu esses projetos durante um mês e 5,6 mil quilômetros de estradas.

Juntos, Paraná e Santa Catarina formam o que seria o principal corredor exportador mundial do produto, que movimenta R$ 4 bilhões ao ano (leia ao lado). E as previsões são de crescimento contínuo no consumo.

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Estudo da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO) indica que até 2023 o consumo global de carne de frango deve chegar a 134,3 milhões de toneladas, contra 129,2 milhões de toneladas de carne suína. Hoje a suinocultura detém a liderança, com 115,2 milhões de toneladas negociadas, ante 107,3 milhões para as aves.

Para acompanhar esse crescimento, o setor intensifica o uso de tecnologia, das granjas às indústrias. De equipamentos que dão conforto às aves até a uniformidade dos cortes. A balança é um termômetro dessa evolução. “Em 2002, quando construímos o frigorífico, abatíamos frangos de 2,5 quilos. Hoje as aves processadas chegam a 3 quilos”, compara Ricardo Chapla, presidente da Copagril, de Marechal Cândido Rondon (Oeste do Paraná).

Na base da cadeia, os avicultores financiam barracões para continuar crescendo. “A avicultura hoje é escala. Sem tecnologia não é possível se manter competitivo”, define Carlos Bonfim de Andrade, que investe R$ 2,8 milhões em quatro novas granjas de ponta, para alojar até 170 mil aves em Castro (Campos Gerais).

“Se o consumo mundial aumentar, sem dúvida metade da demanda se voltará ao Brasil”, afirma o presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Paraná (Sindiavipar), Domingos Martins.

Com isso, o desafio passa a ser uma expansão economicamente sustentável. “O tamanho do mercado no futuro é previsível. Com isso, cada empresa deve assumir sua visão estratégica e trabalhar de acordo com a demanda que atende”, frisa o presidente da Coopavel (Cascavel), Dilvo Grolli.

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