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Motivados por condições especiais de pagamento, os agricultores brasileiros avançam novamente na renovação da frota agrícola neste ano. Até o final de dezembro, as vendas devem atingir 69 mil unidades, o maior número desde 1976. O aumento é de 25% sobre as 55,3 mil máquinas vendidas em 2009, conforme a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea).

A indústria comercializou 166 mil tratores – item mais vendido no setor – desde 2007, quando começou a nova onda de incentivo à troca de maquinário. Isso significa que 17% do total de 955 mil tratores do país, considerando os dados do último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), têm quatro anos ou menos. Por outro lado, nesse ritmo, são necessários 24 anos para a comercialização de uma frota de 955 mil tratores.

O maior impulso se deu na agricultura familiar, que recebe descontos de 10% a 15% sobre os preços de mercado por meio dos programas oficiais. A economia chega a R$ 7 mil na compra de um trator de 75 cv, o mais procurado, relata José Divalsir Gondaski, revendedor de máquinas em Ponta Grossa (Campos Gerais). "O valor cai de R$ 76 mil para R$ 69 mil." O pagamento pode ser feito em até dez anos a juros a partir de 1% ao ano.

O Paraná e o Rio Grande do Sul são os estados mais beneficiados com crédito para compra de máquinas agrícolas, afirma o coordenador do Mais Alimentos, Ercílio Matos. Ele considera que a demanda está bem atendida no Sul e, a partir de agora, o foco será o Centro-Norte do país, com maior atenção para Bahia, Minas Gerais, Goiás e Espírito Santo.

Por outro lado, diz que o Sul continuará sendo contemplado. "Os produtores que já compraram máquinas devem buscar ajuda dos programas oficiais para a instalação de aviários e aumento da capacidade de armazenagem", cita.

Além dos programas nacionais de incentivo à agricultura familiar, os produtores do Paraná contam com o Trator Solidário, do governo estadual. O coordenador do programa, Francisco Carlos Simioni, diz que deve ser entregue, neste ano, o trator de número 6.500.

Custo em alta

Previsão é de retração em 2011

A indústria automobilística brasileira prevê uma possível estagnação ou até queda nas vendas de máquinas agrícolas em 2011. A expectativa deve-se à possibilidade de aumento no juro de 5,5% nas compras pelo Programa de Sustentação de Investimento (PSI). Esse programa tem prazo determinado e foi prorrogado até março de 2011. Sem o PSI, o juro anual para máquinas acima de R$ 300 mil deve subir para 9,5%.

Milton Rego, diretor da Associação Nacional dos Fabricantes te Veículos Automotores (Anfavea), afirma que a indústria se prepara para uma retração de até 10% nas vendas caso haja aperto no crédito ao produtor. José Divalsir Gondaski, diretor de revenda de máquinas em Ponta Grossa (Campos Gerais), projeta taxa de juros de 6,5% ao ano em 2011. E revela que a queda de 10% já vem sendo considerada nas metas para janeiro.

João Luiz Guadagnin, diretor de Financiamento do Ministério do Desenvolvimento Agrário, afirma que a maior parte do déficit de máquinas já foi suprida. Os programas alimentaram a venda de tratores e colheitadeiras de até R$ 300 mil e fizeram o faturamento das duas principais feiras de máquinas do país, a Expointer (RS) e a Agrisho (SP), passar de R$ 1 bilhão por edição.

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