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Greve soma sete dias e já afeta operações do agronegócio. | Fotos Paºblicas / Marcelo Camargo / Agaªncia Brasil
Greve soma sete dias e já afeta operações do agronegócio.| Foto: Fotos Paºblicas / Marcelo Camargo / Agaªncia Brasil

A greve dos fiscais federais agropecuários do Brasil entrou no sétimo dia nesta quarta-feira (23), elevando os prejuízos de exportadores e importadores de produtos agropecuários e bens manufaturados, com a paralisação dos trabalhadores retendo 7 mil contêineres no porto de Santos.

A informação consta de nota divulgada pelo Sindicato Nacional dos Fiscais Federais Agropecuários (Anffa Sindical) nesta terça-feira (22). "Em dias normais, os fiscais federais agropecuários atendem, em média, cerca de 2 mil contêineres. Com a greve, a demanda acumulou", afirmou o sindicado, referindo-se ao porto de Santos.

De acordo com o sindicato, os contêineres também são retidos, ainda que não tenham cargas de origem agropecuária, porque é necessária a inspeção de pallets e embalagens de madeira de produtos da indústria automotiva, petroquímica, química, de vestuário, eletrodomésticos, entre outros.

Associações de exportadores de cereais e de carnes afirmaram na última sexta-feira que a greve estava afetando exportações. "[A greve de fiscais] é a pior coisa que pode acontecer para exportações de grãos", declarou o diretor-geral da Associação Nacional de Exportadores de Cereais (Anec), Sérgio Mendes.

Além de granéis, como soja, farelo de soja e milho, a paralisação afeta a movimentação de defensivos agrícolas, fertilizantes, produtos veterinários, bebidas e outros alimentos frescos e congelados, em geral. "Prejuízos já começam a ser contabilizados pelas indústrias do segmento", disse a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) em nota, sem fornecer valores das perdas.

Ampla adesãoSegundo o sindicato da categoria, a greve teve a adesão de 70% da categoria. Além do porto paulista, também há interrupção das atividades em Pecém (CE), Suape (PE) e Itajaí (SC), com adesão total dos fiscais. Em Paranaguá (PR) a adesão é parcial.

A Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) informa que as operações no corredor de exportação não foram afetadas pela greve. Entretanto, diz a entidade, "os embarques em contêineres estão mais lentos, porém existe um plantão dos fiscais federais agropecuários para atender a demanda."

Além dos portos, a paralisação atinge aeroportos, postos de fronteira e as atividades em frigoríficos de carnes, que não estão recebendo a emissão da certificação internacional para exportações. Os fiscais disseram que apenas mantêm serviços essenciais para a saúde pública e a sanidade animal e vegetal.

A categoria informou que decidiu pela paralisação após tentativas de negociação com o governo federal pela reposição das perdas salariais decorrentes da inflação dos últimos anos.

O sindicato afirmou que o governo ainda não fez proposta aos trabalhadores. Na quarta-feira, representantes da Anffa Sindical estarão reunidos com servidores do porto de Santos para avaliar a greve e definir estratégias do movimento.

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