O esperado aconteceu. Ou melhor, não aconteceu. As necessárias mudanças no Código Florestal vão ficar para o ano que vem, ou quem sabe para daqui a dois, cinco ou dez anos. Disputas econômicas, políticas e ideológicas impediram, mais uma vez, a reformulação das leis ambientais do país. Foram meses de intensos e acalorados debates, propostas e discussões, umas técnicas, outras nem tanto, que demandaram tempo, desgastaram e provocaram animosidades, muita polêmica e nenhuma solução. O ano termina com a sensação de que o assunto foi, mais uma vez, empurrado com a barriga.

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De concreto, apenas a nova prorrogação do prazo para averbação da reserva legal. O produtor rural terá mais 18 meses para delimitar ou recompor a área de sua propriedade destinada à averbação. Mas se não fez até agora, não são dois janeiros a mais que vão resolver. O governo, os ambientalistas e o setor produtivo sabem que não é esse o problema. Que as mudanças têm que ser mais profundas, considerando a realidade dos novos tempos, e não da década de 60, época de implantação da atual legislação. Um novo adiamento, como uma medida isolada e paliativa, apenas alivia a pressão e tensão do produtor, que corre o risco de ser enquadrado na lei de crimes ambientais.

O governo e os ministérios envolvidos prometem uma solução para os pontos mais críticos, o que não significa uma nova redação do Código Florestal, para o próximo ano. Eles só esquecem que 2010 é ano eleitoral e que estamos num país chamado Brasil. É pagar pra ver.

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