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A boa notícia é a safra cheia, já a ruim é o aumento no preço dos insumos, que, depois de recuar até 25% no ano passado, voltou a subir. A variação mais evidente é verificada no custo dos fertilizantes. Desde o início do ano, o produtor alega que o custo final ficou de 10% a 30% mais caro. A Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda) confirma o reajuste e anuncia que o preço vai subir ainda mais.

Eduardo Doher, diretor-executivo da Anda, alega que nos últimos 50 dias a matéria-prima para fabricação dos fertilizantes (nitrogênio, fósforo e potássio) subiu de 20% até 50%. A indústria diz que os reajustes recentes estão relacionados à lei da oferta e demanda. De acordo com Doher, os produtores de trigo e milho safrinha demonstraram interesse de compra antecipadamante. O bom resultado da safra de verão estimulou o investimento no cultivo de inverno, diz Doher. Também foi acelarada a procura por milho nos Estados Unidos, com vistas à produção de etanol. Segundo o executivo, esta é uma realidade que afeta não só o Brasil, mas todo o mundo.

O produtor, é claro, não concorda. Ele não consegue entender como os produtos podem ficar mais caros num período de estabilidade e até redução cambial. Para o setor produtivo, o preço dos insumos segue em alta devido ao bom resultado da safra 2006/07. Para Leone Vignaga, da cooperativa Copacol, de Cafelândia (Oeste do Paraná), os argumentos da indústria não justificam o aumento de até 30%. Na sua avaliação, a explicação da fábrica tem uma certa lógica, mas para um reajuste de no máximo 10%. "O que eles querem é participar do lucro do produtor, e isso é um absurdo."

Olga Agulhon, produtora no município de Ivatuba (Noroeste do estado), se assustou com a rapidez nos aumentos. No dia 2 de fevereiro ela pagou R$ 736 a tonelada de adubo. Um mês depois, o mesmo formulado já custava R$ 805, uma variação de 9,4%.

O técnico da Copacol alerta que a onda de elevação de preços atinge outros insumos, como os defensivos. A reportagem consultou uma revenda em Ponta Grossa, onde o litro do glifosato custa R$ 9,50, valor 20% maior que o praticado no ano passado.

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