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Com uma oferta deficitária e projeções de aumento na demanda, o setor florestal discute estratégias para ampliar o plantio no Paraná. A meta é dobrar o cultivo até 2028, que hoje cobre 1,3 milhão de hectares. Para isso, será necessária a incursão de pequenos e médios produtores na silvicultura, que ainda são minoria. E a integração com lavouras e a pecuária é apontada como o caminho para que isso aconteça.

Dados do Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), apresentados durante 4.º Congresso Florestal Paranaense, na semana passada, em Curitiba, mostram que a cadeia florestal consome anualmente 51 milhões de metros cúbicos de madeira ao ano no estado. Segundo Amauri Ferreira Pinto, técnico do Emater, os estoques são críticos desde 2008 e seria necessária uma área florestal de 2 milhões de hectares para equalizar oferta e demanda. "O Paraná tem um déficit de 47 mil hectares por ano no plantio de florestas."

Levando em conta que o potencial de expansão das áreas no estado é limitado, o setor vê como saída os sistemas que congregam floresta, lavoura e pecuária na mesma propriedade, relata Renato Viana, técnico da Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab). "O Paraná é o estado com maior experiência no sistema agrosilvipastoril. É possível ampliar a área sem comprometer o cultivo de alimentos."

A expansão é possível, conforme explica o diretor-executivo da Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (Apre), Carlos Mendes. "O Paraná tem inclusive um plano de governo para dobrar a área de florestas plantadas. Podemos fazer isso sem que haja supressão de mata nativa, apenas ocupando áreas degradadas de cultivo e pastagem", argumenta.

O Projeto Madeira, viabilizado no Paraná pelo instituto Emater, em parceria com outros agentes, tem o objetivo de fomentar o cultivo florestal em diferentes regiões do estado. Segundo Ferreira, entre 2001 e 2011, houve participação de 27 mil famílias com incremento de 57 mil hectares de novas florestas plantadas. Até 2028 o técnico acredita que possam ser atendidas 100 mil famílias – um terço do total de pequenos produtores no estado.

O mercado é promissor, mas para regiões que têm vocação e demanda confirmadas, alertam os especialistas. "Os pequenos e médios têm que se agrupar e decidir onde é viável plantar e onde não é", sugere Ivan Tomaselli, diretor da STCP, empresa de consultoria.

Indústrias fomentam cultivo

Além de programas governamentais, a atuação das empresas da cadeia florestal também pode colaborar para aumentar a área ocupada pelas árvores no estado. Algumas companhias têm adotado um modelo de fomento à produção, fornecendo mudas e assistência técnica para os agricultores.

"É mais fácil incentivar o plantio, fomentar a atividade ao invés de comprar uma área e custear tudo", explica Amauri Ferreira Pinto, técnico da Emater. Ele acrescenta que, nesse modelo, as vantagens para o produtor são a garantia de compra e o acompanhamento técnico da produção.

Outro ponto positivo dessa prática é a visibilidade dada para a atividade florestal, relata o diretor da STCP, Ivan Tomaselli. "Esses programas de fomento trazem mais gente para defender a atividade e mitigam os riscos", diz.

O avanço técnico e a criação de linhas de crédito específicas para a cultura são outro fator favorável à ampliação da cadeia. "Antes os técnicos não sabiam fazer projetos, mesmo para os pequenos produtores. E as entidades financiadoras não estavam treinadas para receber esses projetos. O treinamento para duas partes mudou esse quadro e agora as entidades estão instruídas, sabem destinar os recursos, o que fortalece o setor", avalia Carlos Mendes, diretor-executivo da Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (Apre).

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