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A comercialização de produtos agrícolas, que até pouco tempo atrás se concentrava no mercado físico, hoje ganha terreno na internet. Na medida em que cresce o número de produtores rurais conectados à rede mundial de computadores, empresários investem cifras que chegam a superar a casa do R$ 1 milhão em plataformas digitais. O número de agricultores conectados, porém, ainda é limitado e reflete a falta de segurança do setor produtivo em negociar altos valores em ambiente virtual. "O desafio é conquistar a confiança dos potenciais usuários. A plataforma de não rompe as relações do mercado físico, mas sim agiliza o comércio e abole a necessidade de intermediários", analisa Antonio Carlos Bentin, idealizador de O $alim, sistema que permite compradores e vendedores negociar produtos agropecuários via internet.

A forma de cobrança pelo uso de plataformas de comercialização digital é variável. No caso de O $alim, a licença anual para empresas custa cerca de R$ 3 mil por ano. Ao adquirir o direito de uso do serviço, o contratante pode convidar um número ilimitado de usuários (produtores, agroindústrias e cooperativas)para participar das negociações em ambiente virtual. Já o FortisAgro, outro site dedicado à compra e venda de produtos agropecuários, cobra uma comissão de 0,50% a 1% do valor negociado. É a partir dessa comissão que o gerente comercial da plataforma, Evaristo Sobrinho, pretende devolver os R$ 3,5 milhões aportados por um investidor anjo no negócio. A meta da empresa é ter de volta o valor investido em 2013. "Trabalhamos com um cenário promissor que inclui mais de cinco milhões de produtores, além de duas mil cooperativas, duas mil cerealistas e mais de 76 mil agroindústrias em todo o Brasil", projeta Sobrinho. No ar desde janeiro, o FortisAgro conta atualmente com 280 usuários. A cada mês, 15 novos pedidos de adesão chegam aos administradores do site.

Produtor conectado

Após usar uma dessas plataformas para comprar calcário e vender milho, o produtor Paulo Sergio de Mello e Silva Assumpção, aprovou a ferramenta, mas acredita que a baixa adesão de empresas do setor impedem que o ambiente virtual ganhe credibilidade. "Certamente haveria mais participação dos produtores se o convite para negociar por meio das plataformas partisse das empresas e agroindústrias com as quais já negociamos no mercado físico", ressalta. Ele diz, no entanto, que não consegue imaginar como seria administrar a propriedade sem o auxílio da internet. Ele mora em Curitiba, mas passa boa parte do tempo na Fazenda Santa Branca, em Tibagi, nos Campos Gerais, onde já dispõe de sinal regular de internet. "Acabei substituindo o telefone pelo Skype e pelo MSN. Prefiro, porque as conversas ficam gravadas e tenho mais segurança para negociar", afirma.

Outro produtor que sustenta as apostas de empresários na internet é Luiz Henrique de Gheus, de Tibagi. Ele conta que acessa a rede mundial diariamente para acompanhar a bolsa de valores, além de diversos sites de notícias e informações sobre o cenário e as tendências do agronegócio. "Faço um controle da propriedade com relação às previsões de clima, controlo minhas contas e, por meio do site da cooperativa, acompanho os volumes de produção já entregues, meu saldo e minha posição financeira". Quando não está em casa, Gheus leva seu tablet para todos os lugares, inclusive para a lavoura. Entre os aplicativos que utiliza diariamente estão os de notícias e sobre o clima. "A rede sem fio da propriedade funciona muito bem, se fosse depender da internet de operadoras de celular seria complicado", diz ele.

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