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Sorriso (MT) - A safra 2009/10 vai devolver ao Paraná o primeiro lugar no ranking nacional da produção de grãos. Mas não vai tirar do Mato Grosso a liderança na produção de soja. Mais do que isso, o estado do Centro-Oeste amplia a dianteira, com potencial recorde para superar 18 milhões de toneladas, prevê a Expedição Safra RPC. Depois do tombo na temporada anterior, quando a seca reduziu a safra do estado a 10 milhões de toneladas, a soja paranaense reúne agora condições para romper a casa das 13 milhões de toneladas. Outro desempenho histórico, que se consolidado fará com que Mato Grosso e Paraná representem metade da produção brasileira de soja, com 32 milhões de toneladas.

A explicação para uma área maior de soja tem algumas motivações. Ela vai do aumento da área à adoção de mais tecnologia. A redução no custo dos fertilizantes permite um investimento maior na adubação e, teoricamente, em maior produtividade. Do clima, vêm duas variáveis, uma positiva e outra negativa. Em boa parte do Mato Grosso as chuvas chegaram antes e em volume suficiente para acelerar e até antecipar o plantio. Embora em casos pontuais a baixa precipitação tenha atrasado a implantação das lavouras. Na média, porém, o plantio segue antecipado, com 70% das áreas já semeadas. Em Sorriso (Médio Norte) e Sapezal (Noroeste), a Expedição Safra encontrou soja com mais de 30 dias. São variedades precoces e superprecoces que, se o clima colaborar, começam a ser colhidas no início de janeiro.

O agricultor Argino Bedin, de Sorriso, se programou para começar a colheita dos seus 13,3 mil hectares em janeiro. As chuvas lhe permitiram antecipar o cultivo em pelo menos dez dias. Ele ampliou a sua área em 30%, destinando à soja mais 3,2 mil hectares na safra atual. Bedin conta que investiu para colher, em média, 3,3 mil quilos/ha, acima da média estadual. Com capacidade estática para armazenar toda a sua produção, ele conta com um diferencial no custeio e na comercialização da safra, sem precisar recorrer às tradings. O custo total de produção aumenta com as despesas fixas por causa dos armazéns, mas fica mais fácil fechar as contas e equacionar despesas e a rentabilidade, argumenta.

Já na região de Sapezal e Campos de Júlio, a chuva não foi tão generosa no início do plantio. Ainda assim, algumas fazendas têm soja semeada há 40 dias. É o caso de uma das áreas do Grupo Scheffer visitada pelos técnicos e jornalistas da Expedição. Ainda assim, Elizeu Zulmar Maggi Scheffer, um dos diretores do grupo, explicou que o plantio estava 20 pontos porcentuais atrasados em relação ao ano passado. Os Scheffer vão ampliar em 5% a área de soja, de 40.000 para 42.000 hectares. A produtividade média do grupo nunca ficou abaixo dos 3.360 quilos/ha.

A segunda projeção para a safra 2009/10, divulgada na semana pas­­sada pela Conab, confirma a volta do Pa­­raná à liderança nacional. A produção total do estado pode atingir 29,55 milhões de toneladas, en­­quanto o potencial do Mato Grosso é de 27,48 milhões.

Sondagem

O roteiro da Expedição pelo Mato Grosso contemplou visitas e consultas a produtores, cooperativas, sindicatos e órgãos de estatísticas agrícolas de 15 municípios, nas diversas regiões produtoras, que juntas respondem por mais de 2 dos 6 milhões de hectares que devem ser plantados no estado.

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