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Lapa - O milho foi plantado com cerca de duas semanas de atraso em boa parte das lavouras o Sul do Paraná. No caso da soja, quem conseguiu antecipou a semeadura também em duas semanas. Nos dois casos, as chuvas determinaram o início do cultivo. O quadro tende a concentrar a colheita do cereal e da oleaginosa num mesmo período, em março. O trabalho só deve ser pausado se, novamente, a umidade interromper as máquinas no campo.

O que está em risco não é só uma safra, mas um projeto de longo prazo, afirma João de Almeira, 39 anos. Em parceria com seu filho, Rodrigo, 20 anos, ele cultiva 14 hectares próprios e 73 arrendados. "Com bom rendimento, dá para pensar em ampliar as terras aos poucos sem sair daqui", diz Rodrigo. Para conseguir dobrar a área própria, ele precisa investir perto de R$ 300 mil, sem contar maquinário.

O problema, dizem os produtores, é que os anos de boa produção com preços altos são exceções. Na safra do verão passado, eles tiveram a arrecadação reduzida pelas perdas no milho e pelo preço, que partia de R$ 14 a saca, apesar da importância da região da Lapa no abastecimento das indústrias do Paraná e de Santa Catarina.

Agora, o cereal vale 50% mais. A soja também está valorizada, chegando a R$ 50 a saca. Mesmo com volume de produção pequeno, João e Rodrigo antecipam as vendas. Por prevenção, fecharam contratos recentemente vendendo soja a R$ 40. "Não podemos arriscar a perder", justifica o pai.

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