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Plantações de soja do Brasil crescem em meio a notícias animadoras de preço da commodity | Hugo Harada / Gazeta Do Povo
Plantações de soja do Brasil crescem em meio a notícias animadoras de preço da commodity| Foto: Hugo Harada / Gazeta Do Povo

Nem mesmo o aumento de quase 10 milhões de toneladas na previsão de colheita de soja e milho nos Estados Unidos foi suficiente para esfriar os ânimos do mercado internacional de grãos. Ontem, o Departamento de Agricultura do país (Usda), que ficou mais de um mês sem soltar estimativas, fez ajustes que já eram esperados pelos investidores, mas surpreendeu com números referentes à demanda. As principais alterações estão no quadro norte-americano. O Usda compensou o aumento na projeção de colheita dos dois grãos com números mais altos de processamento e exportação do país.

A demanda aquecida fez subir os preços das duas commodities na Bolsa de Chicago, que é referência para formação de preços. A soja fechou o pregão com alta de mais de 2% em relação ao dia anterior, cotada a US$ 12,96 por bushel. Com valorização de 1,4% no dia, o milho terminou o dia valendo US$ 4,26 por bushel. O movimento influenciou os preços no Brasil. No Paraná, o preço médio da soja teve valorização de 1,39%. A saca de 60 quilos foi avaliada em mais de R$ 66 no estado. O milho, porém, segue em baixa, pressionado por um excesso de produto no mercado brasileiro.

A reação dos preços ocorre no momento em que informações de oferta elevada de grãos nos Estados Unidos e na América do Sul, onde está concentrado o plantio da oleaginosa e do cereal no mundo. “A visão do mercado era de preços negativos com o aumento da produção. Mas a previsão de estoques aumentou menos do que o esperado”, explica o analista de mercado Flávio França Júnior. E a expectativa de aumento da safra sul-americana [que seria um fator baixista para os preços] não se concretizou pelo Usda”, acrescenta o vice-presidente de futuros da The Jefferies Bache, em Nova York, Stefan Tomkiw.

A estratégia dos Estados Unidos é o processar soja e exportar mais farelo, além do grão. Segundo o Usda, o país vai moer 45,86 milhões de toneladas da oleaginosa e embarcar 39,46 milhões de toneladas, 1,8% e 5,8% mais do que o estimado em setembro, respectivamente. As exportações globais da oleaginosa também tiveram incremento, de 540 mil toneladas, em relação a setembro e agora são calculadas em 107,83 milhões de toneladas. “A China está liderando esse movimento [de aumento das exportações]. Mesmo com um ritmo de crescimento econômico mais conservador, o país asiático vem surpreendendo o mercado com compras de grãos muito fortes”, diz. Durante o ciclo 2013/14, os chineses devem importar cerca de 70 milhões de toneladas de soja, 15% mais do que na temporada passada.

Levantamento

Conab revisa para cima produção nacional de grãos

Além do aumento na estimativa de colheita promovido pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda), o Brasil também confirmou ontem que pretende retirar mais uma safra recorde de grãos. O segundo levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontou produção de até 196,6 milhões de toneladas de grãos na temporada 2013/14, que está em fase de plantio. O volume total previsto é 10 milhões de toneladas acima do registrado no ano passado. O potencial da soja neste verão é de 90,2 milhões de toneladas e o do milho 33,7 milhões de toneladas. Levantamento preliminar da Expedição Safra Gazeta do Povo, projeto que está percorrendo os principais estados produtores de soja e milho do Brasil, aponta desde julho deste ano que o país tem condições de colher 200 milhões de toneladas de grãos. A estimativa para a safra total do cereal, incluindo a colheita de inverno, foi mantida em relação ao relatório de outubro, com intervalo de 78,5 milhões e 79,8 milhões de toneladas.

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