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Nem parece que foi neste ano que o Mato Grosso do Sul registrou um dos seus maiores prejuízos na agricultura. Mesmo depois de as enxurradas transformarem as lavouras de grãos em lagoas em plena colheita no início do ano – com prejuízo de estimado em R$ 1 bilhão –, os produtores se mostram animados com a safra que está sendo plantada. Para superar as perdas astronômicas recentes, nada melhor que resgatar a esperança e aumentar as apostas no cultivo de verão.

Esse é o diagnóstico inicial que a Expedição Safra Gazeta do Povo faz depois de percorrer mais de 1 mil quilômetros em três dias de viagens pelos campos sul-matogrossenses nesta semana. As estimativas locais dão conta de que o terreno ocupado pela soja vai crescer pelo menos 4% em relação ao ano passado e atingir 1,8 milhão de hectares. Com isso, a expectativa de produção tende a ficar acima de 5,4 milhões de toneladas, quase o mesmo número projetado no início da temporada passada.

Para Lucas Galvan, assessor técnico da Federação da Agricultura e Pecuária do estado (Famasul), o aumento da área foi impulsionado principalmente pelas perspectivas de valorização dos preços. Na safra anterior, a produção mal chegou a 5 milhões de toneladas.

Um dos principais alvos das chuvas do início do ano, Sidrolândia, a 70 quilômetros de Campo Grande, perdeu cerca de 40% da produção na última safra, conta Rogério Menezes, produtor e vice-presidente do Sindicato Rural. O rombo à economia da região teria chegado a R$ 95 milhões pelas perdas na soja.

"Não me esqueço que, quando as chuvas chegaram, eu havia colhido 400 hectares de soja – faltava 1,4 mil hectares – e a produtividade era de 64 sacas (3,8 mil quilos por hectare). Depois de 16 dias de enxurrada, meu rendimento caiu para 50 sacas e a média do município para 35 sacas/ha", disse.

Mesmo com uma quebra dessas proporções, os agricultores seguiram a tendência do estado e mantiveram as apostas no verão. O levantamento do Sindicato Rural aponta para um incremento de 8% na área local cultivada, que passa de 120 mil hectares para 130 mil.

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