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Os produtores do Paraná definiram suas apostas. Como mostram os primeiros dados estatísticos da Expedição Safra 2009/10, o estado vai plantar mais soja e reduzir a área de milho. As escolhas se justificam com base nas duas principais variáveis da agricultura: clima e mercado. Quando o assunto é preço, a relação de oferta e de­­manda não beneficia nenhuma das culturas, é verdade. A tendência, inclusive, é de redução ainda maior nas cotações – embora a favor da oleaginosa pesem fatores como a liquidez e a demanda, que segue em alta. Do outro lado, contra o milho, está a oferta do cereal no mundo, com estoques crescentes. Mas isso é mercado e as cotações se ajustam conforme a oferta e a demanda. A grande mu­­dança nesse quadro virá mesmo é do comportamento do clima, a configurar-se ou não, com maior ou menor intensidade, o fenômeno El Niño. O produtor aumenta área e investe mais em tecnologia porque planta acreditando nesse fenômeno climático que, em tese, significa mais chuva ou pelo menos uma precipitação dentro da média no verão. O sinônimo de tempo bom, no entanto, está se transformando em preocupação e pesadelo para o produtor. O temor é que as chuvas que caem em demasia na época do plantio possam faltar no desenvolvimento das lavouras. Se nem mesmo os meteorologistas se entendem sobre o fortalecimento ou enfraquecimento do El Niño, imaginem o produtor. E tanto as apostas como incertezas em relação ao fenômeno não são exclusivas do Paraná. Nas regiões que estão sendo visitadas pela Expedição Safra, em especial no Sul e Centro-Oeste, não se fala em outra coisa. De qualquer forma, com ou sem El Niño, os produtores continuam otimistas, até porque não dá para fazer muita coisa, a não ser rezar, mas rezar muito, para que o clima colabore.

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