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As chuvas dos últimos dias encerraram o período de estiagem registrado em setembro na maior parte do Paraná, conforme verificado pela Expedição Caminhos do Campo. Mas não foram suficientes para eliminar o problema da falta de água para o plantio de grãos na Região Norte do estado. No Noroeste, o solo reteve pouca água e também há déficit hídrico. Em parte do Norte Pioneiro, ainda não choveu. As regiões Oeste, Sudoeste, Sul e Centro-Sul foram bem atendidas, conforme os mapas de medições do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar).

A instabilidade verificada na última semana deve continuar trazendo chuvas ao estado nos próximos dias. As previsãos do Simepar e do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) são de que as precipitações de outubro devem ficar perto das médias históricas. Ou seja, devem passar de 100 milímetros em todas as regiões do estado. Pela influência do La Niña, no entanto, a distribuição tende a ser irregular.

O meteorologista do Inmet Luiz Renato Lazinski afirma que "após um longo período de precipitações abaixo da média, as chuvas ocorridas entre os dias 12 e 16 de outubro amenizaram o problema da estiagem na maior parte do Paraná". Ele ressalva que o Norte Pioneiro foi menos beneficiado pelas chuvas. "De Londrina em direção a Sertanópolis, Cambará e Cornélio Procópio, as chuvas ficaram muito aquém do necessário, mas devem se normalizar com as precipitações previstas para esta semana."

As últimas chuvas regulares registradas no Paraná ocorreram em maio, observa Lazinski. A irregularidade faz com que as médias não sejam atingidas em boa parte das lavouras. O déficit hídrico, que passava de 50 milímetros em quase todas as regiões há 15 dias, está contornado nos dois terços de baixo do mapa do estado, mostra o Iapar. A disponibilidade de água nessa região é considera boa, o que significa que as chuvas não evaporaram ou escorreram tão rapidamente.

Os produtores correm para plantar em tempo hábil, mas a tarefa ainda está atrasada, segundo avaliação do Departamento de Economia Rural (Deral) do Paraná. O último levantamento, do dia 15, indicava que 59,4% da área de milho tinha sido semeada, ante 75,3% no mesmo período do ano passado. Com a intercalação de dias de sol e chuva, a intenção de plantio deve ser cumprida na maior parte das regiões. Onde ainda falta chuva, porém, haverá migração para a soja, avalia Otmar Hubner, do Deral.

O plantio da soja começou pelo Noroeste e também estava atrasado na semana passada. A área plantada correspondia a 1,4% do total, contra 12% verificados no mesmo período de 2006. A cultura mais afetada pela falta de chuvas de setembro foi o feijão. O prazo de plantio está terminando e só 58% da área foi plantada até dia 15, afirma Hubner. A batata das águas (1.ª safra), também motivo de preocupação, atingiu 81,1%.

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