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Situação típica da relação de oferta muito ajustada à demanda, o feijão mais uma vez se destaca como o vilão da cesta básica. Em questão de semanas, quase que da noite para o dia, a leguminosa dobrou de preço. A saca de 60 quilos bateu nos R$ 200 a saca de 60 quilos ao produtor. São mais de R$ 3 o quilo. Na gôndola, a depender do ponto de venda e região do país, até R$ 6/ quilo. Para um produto considerado obrigatório, presente na mesa de 10 em cada 10 brasileiros, uma necessidade que pesa no bolso.

Contudo, vejamos o outro lado, o do produtor, que não deixa de viver situação similar à do consumidor, no que diz respeito às variações extremas nas cotações. Neste momento, está sendo altamente rentabiliazado. Mas nem sempre foi assim. Nos anos em que a oferta supera em muito a demanda, tão comum quanto a situação inversa, esse mesmo produtor chega a receber metade, ou ainda menos, do preço mínimo de garantia, de R$ 80/saca.

E não vamos pensar que alguém sai beneficiado desse processo. No curto prazo, talvez, em especial os atravessadores. No longo prazo, porém, fica ruim para todos, principalmente para os dois extremos da cadeia – produtor e consumidor.

Sem ter como escapar da variável clima, infelizmente o Brasil ainda carece de uma política concreta e perene que venha disciplinar uma produção e um mercado de primeira necessidade no país. Até lá, o produtor vai continuar ganhando hoje para perder amanhã, e vice-versa. E o consumidor, comendo mais ou menos feijão, a depender do comportamento do clima e do humor do mercado, que passam a ter tudo com o seu bolso.

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