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Há cinco anos, pouco se ouvia falar de biotecnologia aplicada à transgeníase, na linguagem popular, os transgênicos. Pelo menos no Brasil, porque nos Estados Unidos, a introdução de Organismos Geneticamente Modificados (OGMs) às lavouras comerciais já completava uma década. Isso na safra 2004/05, quando o plantio ilegal de sementes de soja contrabandeadas da Argentina provocou um levante no Rio Grande do Sul. Na época, chegou-se a cogitar a possibilidade de eliminar o problema destruindo a produção, fruto de sementes que ainda não tinham seu plantio autorizado. Uma tecnologia que, apesar de necessária – uma hora ou outra isso iria acontecer –, entrou pela porta dos fundos nas lavouras brasileiras.

A autorização para o cultivo em escala da soja modificada veio no final de 2005. Assim, a primeira safra transgênica, considerada legal, foi na temporada 2006/07. Sem outra saída, e de certa forma pressionado pelo ocorrido com os gaúchos, o país partiu para a legalização dos chamados OGMs. Uma decisão, aliás, que tardou a ser tomada. A pesquisa e a legislação conseguiram avançar, mas a transgeníase no Brasil carrega um passivo, ou um atraso tecnológico, de pelo menos 15 anos.

De qualquer forma, o país corre atrás do prejuízo e as variedades modificadas se tornam comuns, principalmente em soja e milho, à escolha e opção do produtor. O que se discute agora é quanto vale essa tecnologia. Mensurar o valor da pesquisa é quase impossível. Até porque, o preço do conhecimento é bastante subjetivo. Mas como isso pesa no bolso, no custo de produção, o produtor começa a entender um pouco melhor essa realidade na cobrança da taxa tecnológica, uma espécie de tarifa paga pelo uso da tecnologia.

A detentora da patente quer cobrar, está no seu direito. O produtor sabe que precisa pagar, está consciente disso. A divergência está em quanto e como pagar. Um debate que está apenas no começo e que promete ser tão intenso e polêmico quanto o da chegada dos transgênicos no Brasil.

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