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Enquanto a agricultura tenta ampliar as exportações de milho em grão, a avicultura garante destino para um volume cada vez maior do cereal. O caderno Agronegócio mostra hoje que a ampliação da indústria ajuda a dar respaldo ao aumento da produção verificado no último ano, que foi largamente superior ao consumo interno.

A agregação de valor ao grão e o consequente aumento da renda do agronegócio compõem estratégia que não depende apenas de planejamento interno, mas da própria demanda internacional. Para elevar a receita, é melhor exportar carne do que grão. Já a diversificação das apostas com venda do produto a granel, por outro lado, evita solavancos. Porém, tanto o milho quanto o frango estão sujeitos ao aumento do consumo global.

É aí que as atenções voltam-se para a China, que vem registrando crescimento econômico menor que o esperado, mas segue atuando como motor da economia mundial. A demanda chinesa por milho está relacionada ao aumento do consumo de carne no país de mais de 1 bilhão de habitantes e à própria estruturação da cadeia chinesa da carne suína, que usa cada vez mais ração industrial. Tudo indica que haverá mercado para muito mais milho do que os países exportadores estão embarcando atualmente.

As exportações de carne de frango – focadas no Oriente Médio –, por sua vez, evitam que o agronegócio brasileiro desenvolva dependência tão forte do mercado chinês. Enquanto negociam com países como Arábia Saudita, Emirados Árabes e Kuwait, os frigoríficos dão segurança à atividade agrícola nacional.

O complexo brasileiro do milho vem desenvolvendo ainda logísticas regionais. O Nordeste e o Centro-Oeste instalam indústrias de carne ao mesmo tempo em que se preparam para ampliar as exportações do grão. O Sul e o Sudeste passam a depender de um aumento na produção agrícola regional para sustentar sua rede industrial. Em época de queda na produção do cereal nos Estados Unidos, o projeto nacional tem chance de avançar rapidamente.

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