| Foto: Antônio More/Gazeta do Povo

De acordo com o coordenador estadual de Olericultura do Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater), Iniberto Hamerschmidt, a queda de temperatura e as geadas localizadas não prejudicaram o cultivo de hortaliças no Paraná, principalmente na macrorregião sul, que concentra 62% da área plantada. “Embora a maior parte da produção esteja em regiões mais frias, muitos produtores fazem a proteção das folhosas, por isso, não se justifica aumento de preços ao consumidor”.

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As espécies que estão no campo neste momento são repolho, beterraba, cenoura, que não foram afetadas, além de alface, couve, almeirão e escarola, que em geral têm cobertura para proteção. “Apenas a couve-flor, que é um pouco mais sensível, sofreu um pouco. Já o tomate, pepino e abobrinha são culturas da primavera-verão, portanto não estão no campo, e o reajuste de preços nestes casos é pura especulação”, disse.

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Segundo dados do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab), o crescimento da produção de olerícolas entre 2000 a 2014 foi de 73%. “Este desempenho se deve basicamente à organização dos produtores, investimento em novas tecnologias e aumento de produtividade”, afirma o agrônomo do Deral, Carlos Alberto Salvador.

Na safra 2013/2014, o Paraná produziu 2,9 milhões de toneladas de hortaliças, em 114 mil hectares, movimentando aproximadamente R$ 3,3 bilhões. A Região Metropolitana de Curitiba responde por 38% do volume total de hortaliças, o que representa 36% do Valor Bruto da Produção (VBP), ou seja, R$ 1,2 bilhão. Depois vem a região norte com 28%, oeste/sudoeste com 8% e noroeste com 2%.

Os produtores de olerícolas são essencialmente familiares, sendo a área média de cada propriedade de aproximadamente três hectares. A atividade está presente em cerca de 13% das 300 mil propriedades familiares existentes no Paraná. Ao todo são 212 municípios que exploram a olericultura em escala comercial.

As principais espécies cultivadas são batata, cebola, tomate, repolho, cenoura, couve-flor, pepino, alface, beterraba, pimentão, chuchu e abobrinha. Segundo Salvador, a maior produção é de batata, com 847,4 mil toneladas, seguida do repolho, com 332,8 mil toneladas, e tomate com 256 mil toneladas. “A batata, tomate e couve-flor são as que mais agregam valor a produção rural”, diz.

Orgânicos

Segundo Hamerschmidt, a região de Curitiba é pioneira na produção de hortaliças orgânicas, tendo iniciado os primeiros plantios em 1982. “Hoje concentra cerca de 50% da produção estadual, com aproximadamente 25 mil toneladas, exploradas por 700 produtores, distribuídos em diversos grupos”.

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A importância dos cultivos orgânicos é crescente pois está na preferência da população, que almeja por produtos de qualidade, sem resíduos de produtos químicos. A produção na RMC, composta por 29 municípios, é estratégica pois abastece uma população estimada em mais de 3,1 milhões de habitantes, conforme dados do IBGE.