Uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) em parceria com a Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) tentou definir qual é a percepção da população urbana sobre o agronegócio, e como isso impacta na decisão de voto para a próxima eleição. Intitulada “O eleitor brasileiro e o agronegócio”, o estudo ouviu 600 eleitores distribuídos ao longo de cinco capitais em cada região do país (Belém, Goiânia, Salvador, São Paulo e Porto Alegre). Os dados foram apresentados ao público durante a 13.ª edição do Congresso Brasileiro do Agronegócio, durante a última semana, em São Paulo (SP).Além de captar as impressões acerca de cada um dos candidatos, a pesquisa definiu quatro tipos de eleitores no meio urbano. Os “agroconscientes” são 37% do total e se caracterizam por entenderem sobre o agronegócio, tendo preferência por candidatos que tenham uma política bem definida para o setor.Os “biourbanos” somaram 29% e se caracterizam pela preferência por combustíveis renováveis. Os integrantes deste grupo pensam que os produtores rurais reclamam sem razão, e que o Brasil sempre será autossuficiente na produção de alimentos, explica Victor Trujillo, um dos coordenadores da pesquisa.O grupo batizado de “agrolosts” (agroperdidos) somou 21% e se caracteriza por ter opiniões contraditórias. Ao mesmo tempo em que dão razão às queixas dos produtores rurais, avaliam que não há necessidade de investimentos em infraestrutura, como estradas ou ferrovias.Sobram 13% para o grupo urbano mais distante do campo, definido como “agroindiferente”, por não possuir qualquer interesse pelo tema. Integrantes deste grupo não gostam de cozinhar, não fazem questão de alimentos orgânicos e não morariam em cidades do interior, pontua Trujillo.A pesquisa também mostrou que a imagem do candidato Aécio Neves está mais associada a investimentos em infraestrutura, enquanto Dilma Rousseff tem maior vínculo com políticas de crédito. Para o Coordenador do Núcleo de Agronegócios da ESPM, José Luiz Tejon Megido, os dados servem de referência para o comportamento para as eleições, ao mesmo tempo em que revelam que o setor pode melhorar a relação com o meio urbano. “Entre nós [o agronegócio], falamos muito, mas com a sociedade falamos de forma desordenada”, indica.

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