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Se depender da pesquisa, o Paraná terá todo amparo tecnológico necessário para dar sustentação à retomada da cotonicultura. A avaliação é de Wilson Paes de Almeida, pesquisador da área de melhoramento do Iapar, que há 30 anos trabalha com algodão. Ele entende que a probabilidade de recuperar 100 mil hectares em cinco anos não é muito alta, mas viável.

As apostas estão nas diversas linhas de pesquisa, baseadas em um novo modelo de produção, que passa pelo sistema mecanizado, mas não esquece da colheita manual. Agora, a velocidade com que o algodão pode voltar a ser uma cultura atrativa no estado depende de outras variáveis, explica o técnico do Iapar, como condições climáticas favoráveis e comportamento de mercado e preço.

Sobre o clima, um dos maiores problemas do cultivo de algodão no estado, Paes de Almeida acredita que o impacto negativo das condições não muito favoráveis foi reduzido com a adoção do plantio direto. A palhada que fica no solo permite diminuir os efeitos da chuva na colheita, além de manter a pluma limpa, tendo em vista a qualidade da fibra.

O fato é que hoje o algodão tem um perfil de produção bastante diversificado, de variedades tradicionais – pluma branca –, ao cultivo orgânico e de fibra colorida. Mediante contrato antecipado, o plantio já acontece por encomenda. A cooperativa Coagel, por exemplo, de Goioerê (Região Noroeste), dá suporte técnico e recebe a pluma cultivada com técnicas de manejo orgânico. Além do fomento ao algodão mecanizado, a Coceal começa a investir para tender nichos de mercado para o algodão colorido – na safra atual dois produtores que integram o projeto plataram 50 hectares de uma cultivar marrom.

O apelo da fibra orgânica ou colorida, que compõem recentes linhas de pesquisa, está em cima de questões sócio-ambientais. De acordo com o pesquisador, são critérios estabelecidos pelo comprador de maior poder aquisitivo, que paga mais pelo produto diferenciado. Nesse aspecto, também é importante que "a pluma seja produzida de forma ambientalmente sustentável, socialmente justa e que possa remunerar de maneira adequada o produtor."

As antigas e novas tecnologias desenvolvidas para o cultivo atendem pequenos, médios e grandes produtores, apesar de a grande maior dos cotonicultores se encaixar na primeira classificação. A realidade fundiária de hoje não é muito diferente da verificada na época em que o estado era o primeiro produtor, quando a média era de propriedades com 10 hectares, lembra Paes de Almeida.

Da área de algodão cultivada atualmente no Paraná, perto de 70% é coberta com variedades do Iapar. A outra parte é basicamente da Coodetec, cooperativa de pesquisa agrícola com sede em Cascavel (Oeste).

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