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Se a desvalorização do dólar tira a competitividade da produção agrícola no momento da comercialização, na época do plantio essa relação tem o efeito inverso. Como a maioria dos produtos é cotada pela moeda norte-americana, em reais o custo de alguns dos principais insumos utilizados na lavoura registra queda de 7% a mais de 30%, conforme levantamento dos órgãos oficiais.

Em consulta a produtores, revendas e cooperativas, a sondagem do Rumos da Safra apurou que, no caso da soja, a redução no custo dos insumos fica entre 20% e 25% em relação à safra anterior. No milho, o recuo é menor, de 10% a 15%.

O menor preço dos insumos não significa, no entanto, igual redução no custo de produção. O reflexo direto no desembolso para a atividade é sempre menor. Isso, porque itens como o óleo diesel, por exemplo, que representa cerca de 10% desse custo, e as despesas com mão-de-obra aumentaram. O produtor Eucir Brocco, de Pato Branco (Região Sudoeste), faz as contas e calcula que vai economizar até 25% na compra dos insumos este ano. Mas a redução no custo de produção de sua lavoura deve ser inferior a 15% na soja e de até 5% no milho.

Acomodação

Na avaliação de Pedro Loyola, economista da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), o que ocorre não é uma queda no custo dos insumos, mas uma acomodação de preços. Gilda Bozza, também da área técnica-econômica da Faep, destaca que essa retração não foi suficiente para compensar a queda no preço da soja. Ela explica que, se alguns insumos recuaram, custos como o aumento no óleo diesel não foram equacionados. Gilda cita de exemplo o impacto do salário-mínimo, que saltou de R$ 300 para R$ 429 – o piso regional do Paraná.

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