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A relação de estoque/consumo da soja é a mais alta dos últimos 10 anos, estamos em plena safra, o país deve colher quase 57 milhões de toneladas do grão e, mesmo assim, os preços no mercado interno se mantêm acima da média histórica internacional, de US$ 11/saca de 60 quilos. Na semana passada, o produto foi comercializado a R$ 33,50 no Porto de Paranaguá (mercado disponível), bem acima da cotação média do safra anterior, onde a sacra flutuou entre R$ 24 e R$ 26.

A sustentação de preços, de acordo com Flávio França Júnior, da Safras & Mercados, está relacionada à redução nos estoques mundiais de trigo e milho. A soja, ou o farelo de soja, substitui esses produtos na formulação da ração animal, esclarece o analista, ao justificar o aquecimento na cotação. Outro fator decisivo, segundo França Júnior, é a percepção do mercado sobre o novo plantio americano, que começa neste mês e deve registrar aumento de 15,5% na área de milho e uma redução de11,5% na de soja, conforme o relatório do USDA da sexta-feira (ver página 8).

Mas a pergunta que não quer calar é a seguinte: este é o melhor momento para vender a produção? O técnico da consultoria diz que não. "Eu não venderia, pelo menos no curto prazo. É um bom preço, uma média melhor do que no ano passado, mas vender mesmo, apenas o necessário." França Júnior acredita que a cotação vai ter mais sustentação com a redução da safra americana. Ele entende que dá para esperar um pouco, mas que também "é preciso aproveitar os picos de preço e participar do mercado".

O produtor Edzon Mazei Ponti, do Norte do Paraná, foi um dos que aproveitou uma variação positiva e conseguiu vender soja a US$ 15,80 a saca. Quem travou preço no início do plantio, não teve a mesma sorte. Douglas Taques Fonseca, da Região dos Campos Gerais, fechou contratos a US$ 14. Um bom preço, considerando a realidade e as perspectivas de cotação na época. Ninguém imaginava essa reação, mas "o mercado virou", diz França Júnior.

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