O prazo para o plantio da maior parte das variedades de milho termina nesta semana na região Norte, mas muitos agricultores desistiram da cultura há 15 dias. É o caso de Antônio de Souza Gomes, de Marin-gá. Ele vai dedicar seus 360 hectares à soja. "O plano era adotar a rotação de cultura com 10% da área para o milho nesta safra, mas sem chuva não dá. Vai ficar para 2008."
Gomes conta que, quando o prazo de plantio vai terminando, os produtores conferem a previsão do tempo e até pensam em "jogar a semente na poeira". Mas, em seu caso, a pressão do relógio não foi tão forte. Ele tinha apenas reservado os insumos de mi-lho. Como as chuvas que estavam previstas eram fracas, cancelou as compras. Por enquanto, tudo indica que ele tomou a decisão certa. Não chegou a chover na sua propriedade.
Por outro lado, adianta que não poderá adotar essa mesma postura em relação à soja. "Já está tudo comprado." Ele tem um ponto a seu favor contra a previsão de chuvas mal distribuídas: os 360 hectares de lavoura estão em Maringá e nos municípios vizinhos de Iguaraçu e Flórida. Mesmo assim, teme que a precipitação prevista seja insuficiente. "Mesmo com 50 milímetros, é arriscado plantar. Principalmente se chover tudo em um ou dois dias."
A única coisa que ele tem conseguido fazer para adiantar a safra de grãos é passar a roçadeira nas áreas que produziram milho no inverno. Com a palha bem acamada, fica mais fácil plantar, afirma. Gomes gasta o tempo também acompa-nhando os preços em alta, mas prefere não assinar contratos, nem que seja para garantir o preço atual no período da colheita. "Para a soja, chegam a ofertar R$ 31 (saca de 60 quilos) para entrega na época da colheita. O preço é bom, mas é cedo. Nem plantei ainda."
O produtor Wilson Palaro, de Floresta, afirma que vai esperar no máximo até dia 20 para plantar milho. Depois, mesmo com falta de umida-de, vai arriscar. "Somos obrigados a plantar. Compramos a semente e o atraso já passa de 30 dias." (JR)
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