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Com o plantio da soja praticamente concluído e as condições climáticas favoráveis – embora não ideais – já é possível fazer projeções mais concretas e também otimistas para a safra 2006/07. A tendência positiva não é nenhuma novidade e desde outubro vem sendo anunciada pelas consultorias de mercado e pelos órgãos estatais que fazem a sondagem da produção agrícola. Quem está mais animado agora é o produtor, que depois de dois anos de crise no campo ainda resistia em acreditar nas previsões. Ele precisou ver para crer.

É claro que as lavouras ainda não estão livres de situações que podem comprometer o desempenho da produção, provocadas pelo comportamento do clima ou então dos preços internos e no mercado internacional. Mas pode-se dizer que uma das fases mais críticas do ciclo produtivo está sendo superada, no caso o plantio. Algumas lavouras, como a de milho, principalmente, plantadas mais cedo, sofreram os efeitos da falta de chuva e devem ter quebra de produção. Porém, nada parecido com os prejuízos das últimas estiagens.

Pode até parecer precipitado comemorar, mas o cenário de retomada se desenha de maneira bastante sólida. Dificilmente o setor deve ser atingido por um novo revés. Em outubro, a série de reportagens Rumos da Safra, publicada pelo Caminhos do Campo, já revelava números de recuperação que estão se mantendo no decorrer da safra. Mais do que isso, setores que vivem do agronegócio também estão virando o jogo. Um exemplo é a indústria de máquinas e implementos agrícolas, que espera um crescimento de quase 9% este ano e projeta um aumento nas vendas de 14% para 2007.

Não podemos esquecer, contudo, que são previsões, estimativas e projeções, com uma base real, é certo, mas ainda assim são apenas tendências. Por isso, a necessidade de se manter o pé no chão, com um olho na lavoura e outro no mercado. É importante lembrar que uma das grandes lições da última crise é justamente essa: o produtor organizado, que planeja e conduz com profissionalismo sua atividade, sofre menos os efeitos de possíveis frustrações.

Uma das matérias da edição de hoje, inclusive, é sobre o momento de alerta nas plantações de soja. As lavouras entram numa fase crítica e suscetível à ferrugem asiática, doença que desde o ano 2001 já causou perdas de R$ 16,5 bilhões aos agricultores brasileiros. Em outra reportagem, a da capa, você descobre como o Brasil se tornou referência na condução de um dos maiores problemas ambientais ligados à produção agrícola: a destinação final de embalagens de agrotóxicos. Um exemplo para o mundo, mas que ainda pode ser melhorado.

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