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Que o agricultor brasileiro sabe como ninguém cultivar a terra e alcançar o potencial das tecnologias disponíveis, poucos duvidam. Embora ainda seja possível avançar muito em produtividade corrigindo práticas rotineiras, o setor atinge performance exemplar nas principais regiões agrícolas. O desafio é refinar a qualidade do trabalho para atender as exigências do mercado internacional. O Caminhos do Campo mostra hoje que o Soja Plus, programa colocado em prática em Mato Grosso, se tornou um caminho possível para isso.

Não se trata de submeter a produção aos critérios de um ou outro comprador. A pressão da Europa para a produção de soja convencional e a conservação da reserva legal, por exemplo, não é suficiente para estimular o agronegócio brasileiro a rever sua atuação. O mercado europeu nem sempre paga adicional à produção livre de sementes transgênicas nem adota, em seu continente, preservação ambiental equivalente. En­­tretan­­to, não são só os europeus que valorizam práticas sustentáveis. A própria China, segundo os especialistas, mostra-se cada vez mas interessada em acompanhar o trabalho de campo dos alimentos que im­­porta.

Entre o Norte do Rio Grande do Sul ao Sul do Piauí – regiões tecnificadas e que vêm am­­pliando suas marcas – há muitas diferenças, que começam na preparação adequada da terra e na escolha da semente. A hora certa de plantar ou aplicar um insumo, conforme as condições climáticas, exige conhecimento e avaliação precisa. Diante de tantas variáveis, as práticas sustentáveis fazem parte do pacote, que não é barato. Médios produtores movimentam milhões de reais todos os anos. E quem se especializa, tem muito a perder ao confrontar as leis, incluindo as da própria natureza.

Em boa medida, a adoção de critérios de sustentabilidade co­­mo caminho para a certificação representa a confirmação de práticas conhecidas. A difusão de métodos internacionalmente aprovados permite o reconhecimento dessas práticas. E chegar na frente, nessa questão, é crucial. Até quando a certificação representará ganho no preço ao produtor? Somente enquanto isso for um diferencial, ou seja, o plus do negócio.

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