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A chuva prevista para esta semana nas regiões atingidas pela estiagem no Paraná ficou aquém do esperado e mantém acesa a luz amarela no interior do estado. A maior preocupação é com o milho safrinha, que tem mais de 60% das lavouras suscetíveis à falta de água. A seca também atrasa o plantio do trigo, que está apenas começando, e prejudica a pecuária bovina. Os pastos estão baixos e o cultivo das pastagens de inverno, que já deveria ter começado, ainda não deslanchou no estado. Com isso, o ganho de peso do gado e a produção de leite estão comprometidos. "Por enquanto a situação é preocupante, mas não crítica. Se não começar a chover logo, vamos ter problemas", alerta o veterinário do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria Estadual da Agricultura e do Abastecimento (Seab) Adélio Ribeiro Borges.

Ainda não há dados oficiais para mensurar os prejuízos – a Seab divulga seu balanço na semana que vem. Mas no campo as perdas já são dadas como certas. Até porque a meteorologia indica que o clima seco deve continuar imperando no estado nas próximas semanas. Segundo o instituto Somar, o interior do Paraná só verá chuvas mais significativas e com melhor distribuição na segunda quinzena de maio. "Hoje ainda deve chover no estado, mas as precipitações serão fracas e mal distribuídas nos próximos 15 dias, insuficientes para reverter o quadro de estiagem, pois amanhã o tempo já volta a ficar seco", relata a meteorologista Olívia Nunes.

A previsão de nova estiagem prolongada preocupa principalmente aqueles produtores que apostavam a safrinha de milho como remédio para diluir os prejuízos causados pela estiagem do final de 2008 à produção de grãos de verão. Em Umuarama, por exemplo, o potencial produtivo da segunda safra do cereal já foi reduzido em 24% por conta da estiagem, conta Ático Luiz Ferreira, técnico da regional da Seab no município. "Mais de 12 mil hectares que deveriam ser cobertos com milho (11% do total) não puderam ser plantados por causa da falta de chuva. Nas áreas onde as lavouras foram implementadas, a perdas aumentam dia-a-dia", diz. Segundo ele, a situação é mais crítica na região do Rio Piquiri, onde a quebra no milho safrinha já chega a 50%.

O plantio da segunda safra do cereal foi concluído dentro do período recomendado pelo zoneamento (20 de julho) e, por isso, grande parte das lavouras está sucetível à perdas pela seca, explica a agrônoma do Deral Margoreth Demarchi. Segundo ela, o clima seco pode, inclusive, provocar a migração de áreas de milho para o trigo no Norte do estado. Conforme levantamento do Caminhos do Campo da RPC, o Paraná terá neste inverno 1,54 milhão de hectares de milho safrinha e 1,3 milhão de hectares de trigo.

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