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No estado de Illinois, oleaginosa mostra tolerância à estiagem | Sa©rgio Zacchi/monsanto/divulgaa§a£o
No estado de Illinois, oleaginosa mostra tolerância à estiagem| Foto: Sa©rgio Zacchi/monsanto/divulgaa§a£o

O tempo quente e seco põe em xeque o rendimento das lavouras de soja e milho na região que mais produz grãos nos Estados Unidos, mas ainda não resulta em quebra climática. Essa foi a avaliação que predominou entre os produtores norte-americanos reunidos em Decatur, no estado de Illinois, para o Farm Progress Show, um dos principais eventos agrícolas do país, que ocorreu entre os dias 27 e 29, na semana passada.

Os agricultores são cautelosos ao avaliar a possibilidade de perdas, apesar da preocupação com a recente falta de chuvas. O veranico é considerado normal para esta época do ano. Mesmo com poucas chuvas, no entanto, o solo ainda possui umidade, detalha Mark Bramstedt, cientista de solo da Associação de Classificação de Solos do Estado de Illinois, ligada ao Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda).

O problema é que o plantio tardio faz com que a soja ainda dependa de umidade por mais um mês, e não há previsão de boas chuvas para os próximos dez dias. Se isso se confirmar, a colheita vai depender em boa medida do poder de recuperação das plantas.

“O solo consegue se recuperar rápido, pois prende água com facilidade, como uma esponja”, diz Bramstedt. Ele explica que a terra rachada é um fenômeno normal, e não serve como indicativo de seca, já que os solos das lavouras norte-americanas têm camadas férteis profundas, que ajudam na retenção de água.

Embora a situação esteja sob controle, o mercado considera que as próximas duas semanas serão decisivas para definir o rumo da safra norte-americana, e, consequentemente dos preços. A seca do ano passado, a maior em cinco décadas, potencializa o nervosismo.

“Os estados de Illinois, Indiana e Iowa experimentam um dos períodos mais secos para esta época do ano. Considerando a evolução das lavouras, isso afeta mais a soja do que o milho [prestes a ser colhido]”, indica Scott Shellady, vice-presidente sênior do grupo Trean, que opera na Bolsa de Chicago.

A chuva é importante para garantir um bom enchimento das vagens, o que reflete diretamente na produtividade. Além disso, há o temor de que a geada prejudique parte das lavouras na reta final. “É preciso atentar as duas primeiras semanas de setembro, quando pode haver geadas precoces”, complementa Shellady.

Duane Dahlman, produtor na cidade de Marengo (norte de Illinois), cultiva 323 hectares 50% com soja e 50% com milho. Ele confirma a importância do clima nas próximas semanas. “Ainda podemos ter problemas”, resume.

Na região de Farmer City (centro de Illinois) existe milho pronto para a colheita nesta semana. O relato é de que, apesar do tempo seco, as lavouras se desenvolveram bem.

Na região leste do estado, Dirk Rice, produtor de milho na cidade de Philo, conta que passou todo o mês de agosto sem ver chuvas. “Estamos chegando perto de um ponto em que, mesmo se chover, não vai ajudar mais [o cereal em desenvolvimento e maturação]”, detalha. Ele cultiva 343 hectares e espera de 177 a 188 sacas por hectare, 10 a menos do que sua média histórica.

10 dias secos estão previstos para regiões dos Estados Unidos que estão até quatro semanas sem chuvas. Soja ainda precisa de um mês com umidade.

O jornalista viajou aos Estados Unidos a convite da Monsanto.

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