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Balsas (MA) - Depois de dois anos positivos, de safra cheia e preços bons, a produção de grãos experimenta um novo boom no Centro-Norte do Brasil. Capitalizados, os produtores expandiram em 12% a área de cultivo de grãos e investem alto em tecnologia para colher uma safra recorde. Depois de percorrer 7 mil quilômetros no MaToPiBa – região agrícola que compreende Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia –, a Expedição Safra Gazeta do Povo apurou que, entre soja e milho, o plantio de verão deve somar 3,83 milhões de hectares na temporada 2011/12. Diferente do que ocorre no Paraná, onde a expansão se dá no milho, e em Mato Grosso, que avança na soja, as duas culturas ganham área na nova fronteira agrícola brasileira.O maior incremento ocorre no cereal, que deve ocupar 1,34 milhão de hectares nos quatro estados, num salto de 17,5% sobre o ciclo anterior. Com crescimento um pouco mais modesto, de 9%, a oleaginosa avança a 2,5 milhões de hectares. Nos dois casos, a extensão destinada aos grãos de verão cresce acima da média nacional, puxada pela constante abertura de novas áreas.No MaToPiBa, a agricultura avança sobre o Cerrado num movimento liderado por agricultores gaúchos e paranaenses que há mais de três décadas desbravam a nova fronteira agrícolas brasileira e engrossado por uma nova leva de produtores que chegam agora à região. "A última rodada de expansão ocorreu nas safras 2000/01 e 2001/02, propiciada pelos excelentes resultados das safras no Sul. Agora, a nova leva inclui, além dos sulistas, agricultores do Sudeste e Centro-Oeste do país", conta Márcio Ferreira Takatsu, gerente comercial da trading Ceagro em Guaraí, no Tocantins.Sujeito a variáveis como preço e mercado, o ritmo do avanço da nova fronteira ocorre de forma planejada pelos produtores. "Após anos de safras boas, como esta e a anterior, a área de plantio chega a crescer 20% ao ano", calcula Takatsu. Um exemplo é a própria Ceagro, que ano a ano incorpora ao sistema produtivo áreas novas nas propriedades que mantém em cinco estados do Centro-Norte e Centro-Oeste do país. Somente neste ano, são 5,5 mil hectares adicionais, num total de 47,4 mil hectares. Os maiores incrementos ocorrem na região de Balsas e Riachão, no Maranhão, e de Pedro Afonso, no Tocantins, relata o gerente de compras da unidade maranhense da empresa, Cleomir Marx. Seguindo a mesma estratégia, de incorporação constante de área, o grupo de produtores paranaenses que administra o Condomínio Boa Esperança, em Baixa Grande do Ribeiro, no Piauí, hoje tem 9,8 mil hectares em produção e outros 1,2 mil para abrir. Com incremento anual de 20% ao ano na área de cultivo, Cezar Manfron multiplicou por seis a sua produção de grãos em Bom Jesus (PI). Começou com 200 hectares quando chegou à região, em 1999. Hoje, planta 1,2 mil hectares. Mesmo no Oeste da Bahia, região que serviu como porta de entrada dos desbravadores da nova fronteira e que hoje é considerada uma região onde a produção de grãos já está consolidada, há espaço para crescimento. Projeções da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba) indicam que o estado ainda tem 5,6 milhões disponíveis à agricultura, o suficiente para o cultivo ultrapassar a marca dos 9 milhões de hectares no futuro.

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