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O século 19 ainda está vivo em Minas Gerais, um dos estados mais ricos da agricultura brasileira. Em meio às lavouras de soja e milho, casarões construídos antes da abolição da escravatura se mantêm em pé e testemunham as transformações ocorridas na atividade rural. Na fazenda Pombo, em Uberlândia, a Expedição Safra Gazeta do Povo, que percorre Minas Gerais e Tocantins nesta semana, conheceu um desses símbolos do passado. Construída por escravos em 1876, a casa de 150 metros quadrados (foto) pertence à família Pereira há cinco gerações. Com uma estrutura original, à base de pedra e pau a pique, o casarão é um dos maiores patrimônios dos Pereira.

Construção sobreviveu a guinadas no campo

O casarão dos Pereira atravessou anos de crise e transformação e hoje é considerado o troféu da família. A fazenda, que já foi dedicada à produção de leite e gado de corte, colhe atualmente mais de 360 mil sacas de grãos e rende R$ 12 milhões por ano. Os carros de boi deram lugar a confortáveis colheitadeiras e tratores de última geração, com funções automatizadas. Mesmo sem formação avançada, os peões da propriedade de 3,4 mil hectares operam os modernos equipamentos de bordo, com a responsabilidade de manter a fazenda Pombo como referência na produção de soja, milho e sorgo na região.

Tem boi na linha

Instalado há quase 100 anos, o telefone da fazenda Pombo tinha função de PABX. Era o único da região com condições de receber e transferir ligações de compradores e criadores de gado. Depois de negociados, os animais eram encaminhados para uma estação de trem próxima a Uberlândia, de onde seguiam a praças paulistas sobre os trilhos e dentro de vagões.

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