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Chicago, Illinois (EUA) - Apesar do início da colheita nos Estados Unidos, ainda é o trigo o grande ponto de interrogação na Bolsa de Chicago (CBOT), que na semana passada alimentou especulações que fizeram o cereal ganhar e perder mais de 20 pontos entre um dia e outro. A Rússia, depois de proibir as exportações, pode ter de importar trigo para garantir o abastecimento interno. Com isso, na sexta-feira, o cereal recuperou quase 10 pontos e fechou a US$ 6,88/bushel (27,2 quilos). Ontem, abriu a semana com alta de 13 pontos. No pregão, prevalece entre os analistas as dúvidas sobre a real situação da Rússia. Ainda na semana passada, a possibilidade de replantio de algumas áreas, com a volta das chuvas no país, chegou a gerar certa estabilidade nos preços, mas que não durou mais que três dias.

Também é o trigo que segura a cotação da soja e do milho, mesmo com o início da colheita nos Estados Unidos. Com alta de 4 pontos, o primeiro grão encerrou o pregão da semana passada com alta de 4 pontos, a US$ 10,14/bu (27,2 quilos). O segundo, estável, a US$ 4,21/bu (25,4 quilos). Nesta segunda, iniciaram a semana a US$ 10,07 (-2) e US$ 4,17 (-4), respectivamente.

A colheita norte-americana começou há duas semanas, pelo estado da Louisiana, no extremo sul. Os primeiros talhões ainda não têm força para influenciar as cotações porque a região não possui tanta representatividade na produção total. O mercado considera que não há como especular sobre a produtividade geral da safra.

Segundo os traders, essa relação entre produção dos EUA e preços na CBOT deve ser mais forte à medida que as colheitadeiras forem subindo em direção ao corn belt, o cinturão do milho. Nesta semana, a colheita avança para o Mississipi e Arkansas. Dentro de aproximadamente dez dias, as máquinas vão para o campo em Iowa e Illinois, os dois principais estados produtores. Na atual temporada, a colheita ocorre duas semanas mais cedo do que em anos regulares. Com o clima favorável, os produtores conseguiram antecipar o plantio.

Não fosse o trigo, a pressão sobre os preços já seria maior com a abertura da colheita. Jack Scoville, da corretora Price Group, em Chicago não acredita em recuo significativo em soja e milho, a julgar a demanda aquecida no mercado internacional. Ele prevê, porém, que em um mês ou menos não será nenhuma surpresa cotações de soja a US$ 9,5/bu e milho de US$ 3,9/bu, respectivamente. O que não é um preço ruim, acrescenta, com uma ressalva aos países onde o câmbio não se mostra favorável ao setor, como o caso do Brasil.

Pela previsão do USDA, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, a safra norte-americana tem potencial para recordes em soja e milho. O cereal pode atingir 339,5 milhões de toneladas e a oleaginosa 93,4 milhões de toneladas.

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