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Três fatores vão definir o ano do trigo. Dois deles não estão sob controle do setor: o câmbio, que elevou custos (com o dólar entre R$ 3 e R$ 3,3) e pode reduzir preços caso haja recuo na cotação da moeda norte-americana, e o clima, que ameaça a qualidade da produção por excesso de chuva na colheita. Mas o terceiro fator está ao alcance do mercado: a fidelização do Nordeste enquanto cliente do trigo nacional.

A região tradicionalmente faz compra na Argentina. Mas, no ano passado, ampliou “importações” do Paraná. Em 2015/16, a meta da triticultura paranaense é manter aberto o canal de vendas.

“Na última safra, conseguimos remeter ao Norte e ao Nordeste perto de 300 mil toneladas de trigo, com apoio o Programa de Equalização [Pepro]. Para quem não vendia praticamente nada, é um volume considerável. Levando em conta as previsões de clima e produção da nova safra, teremos condições de mandar pelo menos 500 mil toneladas em 2015/16”, avalia o gerente técnico e econômico da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), Flávio Turra.

São pelo menos dez navios de trigo que deixarão de pressionar as cotaçãos ao produtor no Centro-Sul.O comércio interno aumentou porque leilões públicos realizados em 2014/15 excluíram estados do Centro-Sul da lista de destinos para a produção arrematada. A saída foi vender para o Nordeste, o que abriu precedente e agradou indústrias acostumadas com trigo argentino, explica Turra. Se não fossem remetidos ao Nordeste, esses grãos seriam destinados a moinhos do Sul, do Sudeste ou à exportação.

Na avaliação da consultoria Trigo & Farinhas, o volume de cereal remetido pelo Sul ao Nordeste pode passar de 1 milhão de toneladas em 2015/16. Essa projeção considera um cenário em que o Paraná, com colheita de 4 milhões de toneladas, continuaria recebendo apoio público para vender trigo ao mercado nordestino.

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