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| Foto: IVAN AMORIM/IVAN AMORIM

A União Europeia (UE) ameaçou embargar as importações de frutas cítricas do Brasil após rechaçar oito contêineres com limão tahiti que continham produtos com cancro cítrico. Elas foram embarcadas em Santos (SP) e entrariam no bloco econômico pela Inglaterra. A doença, uma das principais da citricultura, é comum em São Paulo, mas não existe na Europa e é considerada uma ameaça à produção do continente, principalmente na Espanha e na Itália, maiores produtores locais de laranja e tangerina.

As exportações de limão tahiti praticamente dominam as vendas externas de frutas cítricas frescas do Brasil e a União Europeia é o principal mercado brasileiro. Entre janeiro e julho deste ano, as vendas externas movimentaram 68,58 mil toneladas, respondendo por 84% do volume total de 81,7 mil toneladas de todos os citros comercializados. Para a UE, foram exportadas 60,45 mil toneladas de limão tahiti, com uma receita de US$ 57,24 milhões nos primeiros sete meses de 2016.

Após a comunicação oficial das autoridades sanitárias do bloco econômico europeu e de uma teleconferência com representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), técnicos da pasta e da Secretaria de Agricultura de São Paulo enquadraram produtores do interior do estado. Na semana passada, equipes dos dois governos fizeram ações de rastreabilidade das frutas e de fiscalização nas chamadas “packing houses”, que são armazéns usados entre a colheita e a exportação dos citros.

Descumprimento

Por causa dos preços remuneradores pela venda do limão tahiti ao exterior, produtores se descuidaram da questão sanitária nas exportações e enviaram frutas já com sinais iniciais de cancro como as lesões nas cascas.

O superintendente federal da Agricultura em São Paulo, Francisco Jardim, afirmou que o número de cargas exportadas que foram rechaçadas pela UE, oito contêineres entre mais de mil enviados desde o início do ano, pode parecer pequeno, mas supera em muito o limite tolerável pela UE, de até cinco cargas rejeitadas por ano. “Não pode ter rechaço se o sistema funcionar direito e não foi isso que aconteceu”, alertou Jardim.

De acordo com Jardim, assim que houve a comunicação por parte da União Europeia, foi feita uma reunião prévia com os exportadores, a qual antecedeu as vistorias feitas nas packing houses. “Alguma coisa está errada e, por isso, estamos auditando todo o processo”, afirmou. Segundo o superintendente, com o rastreamento, será possível identificar os responsáveis técnicos. “Vamos chamá-los para conversar e, se for o caso, podemos até retirar a autorização para a exportação”, concluiu.

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