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Os representantes das instituições de pesquisa agropecuária que participaram do Ciclo de Palestras Gazeta do Povo na última semana, em Londrina, saíram da tarde de palestras com a sensação de que as discussões sobre o papel do setor neste momento de expansão da produção de grãos têm de ser levadas adiante, para provocarem efeitos práticos. Num ambiente extremamente competitivo, dominado pelas multinacionais, organizações como o Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) precisam enfrentar o mercado para conseguir defender os interesses do produtor brasileiro.

Ao lado de instituições privadas como a Cooperativa Central de Pesquisa Agrícola (Coodetec), formada por 34 cooperativas, e a Fundação Meridional – que se colocam na mesma posição –, Iapar e Embrapa consideraram necessário unir forças, conhecimento, capacidade técnica, chamar universidades, centros regionais de pesquisa e atuar de forma mais efetiva. Só assim os recursos escassos podem fazer diferença no campo.

A desvantagem da pesquisa nacional parece crescer a cada safra. O orçamento do Iapar ou o do Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) – ambos de aproximadamente R$ 100 milhões – é menor que o valor investido pelas multinacionais numa única variedade de semente de soja. É claro que os projetos de US$ 100 milhões podem exigir mais de dez anos de pesquisa. Porém, há empresas com dezenas de projetos em andamento, e que destinam mais de US$ 1 bilhão anualmente para pesquisa e desenvolvimento. Não à toa, têm garantido participação cada vez maior no mercado de sementes e produtos agrícolas no Brasil.

As instituições brasileiras, para cumprir sua função de pesquisar o que interessa estrategicamente ao produtor, terão de aproveitar melhor seus conhecimentos. O Iapar propõe a formação de um banco de dados, que possa mapear as pesquisas em andamento no estado. Outro projeto a ser defendido nas próximas reuniões do segmento é o da lei de inovação, que promete colocar pesquisadores dentro das fazendas, para que acompanhem mais de perto a realidade do produtor. É hora de embalar as discussões.

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