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Ponta Grossa - A usina de leite da cooperativa Batavo que será inaugurada hoje em Ponta Grossa, nos Campos Gerais, entra em operação com déficit de matéria-prima. A fábrica vai beneficiar 400 mil litros de leite/dia, mas a produção dos 560 cooperados alcança 300 mil litros. O gerente-geral da cooperativa, Antonio Carlos Campos, admite que o desafio agora é aumentar a produção de leite.

Dois entrepostos foram abertos em Teixeira Soares e Imbituva, na região de Ponta Grossa, porém, inicialmente, a usina comprará leite de terceiros para manter a capacidade atual da fábrica. "A nossa capacidade estática é para processar 1 milhão de litros de leite por dia, mas vamos alcançar isso aos poucos", disse Campos. A cooperativa fomenta a ampliação nas propriedades com linhas de crédito internas e assessoramento aos produtores que procuram financiamentos externos.

Os cooperados Maurício Greidanus e Bauke Dijkstra dizem que cada propriedade tem o seu gargalo para impedir o aumento da produtividade do rebanho, mas consideram que a demanda gerada pela usina vai incentivar os produtores. "O crescimento normal de uma propriedade é de até 12% ao ano, mas um aumento maior que esse não acontece da noite pro dia, precisa de um investimento constante", afirma Dijkstra.

Algumas propriedades vão ter que investir mais em alimentação, genética ou instalações. "A maioria das propriedades até tem animais suficientes, mas faltam instalações adequadas", aponta Greidanus.

Para o chefe regional da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abasteci­mento (Seab), Laertes Bianchesi, o momento é oportuno para aumentar a produção das pequenas leiterias. "Temos muitas propriedades nessas condições e o fomento de produção vai dar mais rentabilidade ao produtor."

O Paraná é o terceiro maior produtor de leite do Brasil, com 3,3 bilhões de litros/dia, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Fica atrás do Rio Grande do Sul, com 3,4 bilhões, e de Minas Gerais, com 7,9 bilhões de litros diários.

A nova indústria da Batavo custou R$ 60 milhões e foi batizada de Frísia, em referência à região holandesa que enviou imigrantes à região de Carambeí, colonizada há exatos cem anos. Com a inauguração, a cooperativa ensaia sua volta ao mercado de varejo, do qual se afastou nos últimos 15 anos. Os pecuaristas descendentes de holandeses mostram-se motivados. "Aumenta a confiança do produtor porque vamos ter uma marca no mercado novamente", afirmou Dijkstra.

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