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Com 20 mil habitantes e economia baseada na agricultura, principalmente na produção de tomate, o município de Wenceslau Braz, no Norte Pioneiro do Paraná, vê na bionergia uma promessa de crescimento regional e estímulo à agricultura familiar. Em agosto de 2006, a prefeitura lançou o programa de bioenergia com seis estações experimentais e o apoio de 50 famílias de pequenos produtores. É com otimismo que elas vêem crescer a produção inicial de 3,5 mil metros quadrados de plantas oleaginosas como mamona, cártamo, girassol, amendoim e soja. No inverno serão plantadas sementes de canola e nabo-forrageiro.

O pequeno produtor João Alves de Carvalho cedeu parte de sua propriedade no bairro São Miguel, a 15 quilômetros do centro, para duas estações experimentais, que somam 600 metros quadrados. "Quando via mamona na plantação já arrancava porque sabia que era praga. Agora é diferente, estou investindo na praga", brinca. Carvalho cultiva três variedades de mamona que produzem cachos que chegam a medir 64 centímetros. A estação conta ainda com diferentes variedades de cártamo (planta oleaginosa que se adapta a terras áridas), girassol e soja.

A experiência é conduzida pela prefeitura com assessoramento de órgãos como o Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e o Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater). Conforme a bióloga responsável pelo programa, Iraci Alves, a primeira etapa consiste na verificação de diversas espécies de oleaginosas para identificar qual se adapta melhor à região e quais têm maior produtividade. A partir da primeira colheita, que deve ocorrer no início de 2007, serão vendidas as sementes para os parceiros, como a empresa Brasil EcoDiesel (com sede no Rio de Janeiro-RJ) e a Rede Evangélica Paranaense de Assistência Social (Repas), da Colônia Witmarsun, pertencente ao município de Palmeira, nos Campos Gerais, que tem projeto de produção de biocombustível desde 2002 em parceria com a Alemanha.

Num primeiro momento, o programa não prevê a produção local de óleo. Mas, na segunda etapa, planejada para 2008, a prefeitura pretende adquirir miniusinas compactas para extração do óleo e os subprodutos das oleaginosas (como a farinha), bem como a produção de biocombustível. A intenção é fazer com que os próprios produtores rurais trabalhem nas miniusinas. Segundo a bióloga, não se descarta a idéia de atrair indústrias de biocombustível (extração a frio) e biodiesel (extração a quente) para a região.

A esperança do prefeito de Wenceslau, Cristovam Andraus Junior, é que o programa atraia investimentos para o município. "Os governos estadual e federal vão investir mais de R$ 10 milhões em bioenergia nos próximos anos. Wenceslau Braz está no meio de 18 cidades num raio de 55 quilômetros e podemos desenvolver nossa região com o programa", considera.

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