O uso de energia elétrica de fontes poluentes, como carvão e gás, deixa o carro elétrico europeu em desvantagem em termos de sustentabilidade na comparação com o automóvel brasileiro a etanol, produzido a partir da matéria-orgânica renovável da cana-de-açúcar e do milho.
A constatação está em um estudo feito pela Stellantis – empresa global europeia, que tem marcas como Fiat, Jeep, Peugeot e Citroën – citado pelo presidente da Associação da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (ÚNICA), Evandro Gussi, em entrevista à Gazeta do Povo.
“Na Europa há países que já têm fontes muito limpas, como a Noruega, mas tem países como a Polônia e a Alemanha, que fazem bastante uso de carvão, enquanto nós temos uma fonte de geração de energia elétrica limpa. E daí eu pergunto: qual o custo para a sociedade de um e de outro?", questiona o executivo. Segundo ele, para criar uma estrutura de eletrificação da frota brasileira, seria necessário investir entre R$ 1 trilhão e R$ 1,5 trilhão. Isso tudo para não melhorar em praticamente nada os níveis de emissão de CO2 em relação ao etanol.
Durante os testes comparativos, o veículo abastecido somente com gasolina emitiu 60,64 kg de CO2 equivalente em uma viagem de 240 km. Já o carro 100% elétrico abastecido com a matriz energética europeia emitiu 30,41 kg de CO2eq, enquanto o veículo brasileiro movido a etanol emitiu 25,79 kg de CO2eq, quase empatando com o veículo 100% elétrico movido com energia brasileira, que emitiu 21,45 kg de CO2eq.
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