A guerra comercial entre China e EUA está começando a fazer com que todos os outros problemas no mercado de suínos pareçam menos preocupantes. Os preços futuros nos EUA caíram ao menor nível desde março. Enquanto isso, a febre suína africana segue dizimando os rebanhos chineses.
Mesmo que o país asiático esteja importando enormes quantidades de carne, os produtores norte-americanos perdem terreno para seus rivais do Brasil e de outros países. Além disso, a ameaça do presidente Donald Trump de adotar tarifas adicionais sobre os produtos chineses desperta preocupações de que um acordo para acabar com a briga esteja ainda mais distante.
Na semana passada, a China fez o maior cancelamento de importação de carne suína americana, voltando atrás numa compra de 14,7 mil toneladas. Segundo fontes a par da situação, o governo chinês pediu a empresas estatais que suspendam as compras de produtos agrícolas dos EUA.
Os agricultores americanos programaram seus rebanhos de suínos na expectativa de mais exportações para suprir a lacuna de oferta chinesa após o início da peste suína africana, mas se as tensões comerciais continuarem altas, esses rebanhos poderiam sobrar no mercado.
"A China está apenas reagindo. Eles cancelaram o negócio e isso fez o mercado cambalear", resumiu Dennis Smith, executivo sênior de contas da Archer Financial Services Inc. em Chicago. "Teremos muita carne suína sobrando se não conseguirmos um grande programa de exportação", complementou.
Os preços da carne suína na Bolsa de Chicago despencaram 17% na semana encerrada na sexta-feira (2), a maior perda registrada em contratos futuros mais ativos desde julho do ano passado. Enquanto isso, a volatilidade do mercado está aumentando. Os produtores americanos estão perdendo US$ 1 bilhão ao ano devido à guerra comercial, conforme explicou David Herring, presidente do Conselho Nacional de Produtores de Carne Suína, a em julho. A disputa com a China está custando aos produtores US$ 8 por animal ao ano, segundo ele.
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Além disso, os investidores estão fugindo. Os contratos em aberto estão próximos da maior baixa em quatro meses. A média de contratos pendentes subiu em maio para a maior desde 2013, conforme os problemas da febre suína da China aumentaram as expectativas de maiores exportações americanas. Cerca de um quarto da produção de carne suína dos EUA é destinada ao exterior, tornando esse mercado particularmente sensível a interrupções no comércio.
Alguns fundos parecem ter usado os recentes declínios de preço para garantir retornos de apostas pessimistas. Na semana encerrada em 30 de julho, os gestores de fundos mantiveram uma posição líquida de 39.964 contratos futuros, um aumento de 19% em relação à semana anterior, conforme dados divulgados pela Comissão de Commodities Futures Trading.
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